Os jogadores que estão em atividade sempre perdem na comparação com ídolos do passado. Em todos os times. A memória afetiva fala mais alto. Quem está em campo sempre perde para quem está no campo da imaginação. Mas a verdade precisa imperar. O São Paulo teve muitos e muitos jogadores melhores que Cueva. Poucos fizeram uma partida tão fantástica como o pequenino peruano – não acredito no 1,68m da ficha dele – contra o Corinthians.
Começou com a linda cobrança no pênalti que não foi pênalti. Fagner não pegou Kelvin. O gol veio com paradinha e cavadinha. E, se Fagner não pegou Kelvin, ninguém pegou Cueva. Williams, Rodriguinho, Camacho…ninguém.
Cueva foi o Maestro. Foi o dono dos tempos, dono dos ritmos. Soube segurar a bola, soube acelerar o jogo, soube dar passes perfeitos. Pelo menos quatro, três deles se transformando em gols. Cueva quebrou as linhas corintianas. Barbarizou o jogo. Comandou o oléééééééé´.
E os gols do São Paulo foram bons animicamente também. Neres e Luiz Araújo, garotos da base. E Chávez, que não fazia há dez jogos.
Foi um jogo redentor do São Paulo. No ano em que tudo foi mal, goleou o rival. Com um baile do pequenino gigante peruano.