Com futuro incerto, Lugano vira última opção da defesa do São Paulo; entenda

Nos últimos quatro jogos, técnico Rogério Ceni escalou o esquema com três zagueiros e só não utilizou o uruguaio, que ainda não foi procurado pela diretoria para renovar contrato

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Perto do final de contrato com o São Paulo, Diego Lugano tem futuro incerto. Na última quinta-feira, o técnico Rogério Ceni, após o triunfo de 2 a 0 sobre o Vitória, se mostrou publicamente pela primeira vez favorável a renovação do vínculo do uruguaio. Mas, na prática, o que se vê é que o uruguaio se tornou a última opção na zaga do Tricolor. Nas últimas quatro partidas, o treinador escalou a formação com três zagueiros, revezando peças, mas somente o camisa 5 não foi usado.

Na vitória sobre o Palmeiras, foram escalados Lucão, Maicon e Rodrigo Caio, trio que se repetiu na derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta. Diante do Vitória, Rodrigo Caio foi desfalque por causa da convocação para a seleção brasileira. Entrou Eder Militão.

No clássico contra o Corinthians, ainda sem Rodrigo Caio, o garoto da base foi adiantado para o meio-campo para atuar como volante. Nem assim Lugano foi escalado. Quem entrou no time foi Douglas, que não atuava desde a partida contra o São Bernardo, no dia 29 de março. Quatro zagueiros estavam em campo no Majestoso, enquanto Lugano seguia no banco. E os três beques escalados atrás (Maicon, Lucão e Douglas) cometeram falhas que originaram gols do adversário.

Lugano ainda não foi procurado pela diretoria para renovar contrato (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)
Lugano ainda não foi procurado pela diretoria para renovar contrato (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)

Maicon armou o contra-ataque ao errar passe no meio-campo no seguindo gol do Timão. Lucão, no primeiro gol, não percebeu o deslocamento de Romero nas suas costas. No segundo, furou quando teve a oportunidade de afastar a bola que estava na área, após defesa de Renan Ribeiro. Ela sobrou para Gabriel, que marcou. No terceiro, Douglas cometeu pênalti em Jô.

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O último jogo de Lugano foi no dia 22 de abril, na vitória de 2 a 0 sobre o Avaí. Ele entrou na vaga de Maicon, que havia sido poupado para fazer um trabalho de recondicionamento físico. O uruguaio segue participando normalmente de todos os treinos e é relacionado para todos os jogos. Mas não é utilizado. Após o Avaí, Lugano deixou claro que é difícil ter um bom rendimento sem uma sequência de jogos. Mas ele segue priorizando o grupo e nunca questionou publicamente as decisões tomadas pela comissão técnica.

Do banco de reservas, Lugano viu os três zagueiros escalados falharem contra o Timão (Foto: Marcelo Hazan)
Do banco de reservas, Lugano viu os três zagueiros escalados falharem contra o Timão (Foto: Marcelo Hazan)

A 18 dias do final do vínculo do uruguaio, o caso está longe do desfecho. A diretoria está dividida e, até agora, não procurou o atleta para fazer uma proposta. Nem mesmo para propor uma redução salarial, já que os dirigentes que são contra questionam o custo benefício de se manter um atleta que tem um dos maiores salários do elenco e atuou em apenas oito de 32 partidas disputadas no ano.

Pessoas próximas ao jogador relatam incômodo do atleta pela forma como caso está sendo conduzido, independentemente da decisão final. E que mesmo que haja um movimento da diretoria para tentar a renovação, agora não há certeza sobre qual será a decisão do jogador, diante da demora.

Ceni defendeu a permanência do jogador, o que deixou a diretoria surpresa. Na versão dos dirigentes, internamente o treinador apoia a permanência, mas não se opõe em caso de uma saída. Isso pode gerar uma nova conversa sobre o assunto entre diretoria, presidência e comissão técnica nos próximos dias.

– Acho um jogador importantíssimo para nós como liderança. Você vai me dizer: “Ah, mas então por que ele não vem jogando como titular?” Isso é uma opção. Nos jogos em que atuou, foi capitão. Acharia importante ele poder encerrar sua carreira no final do ano. Acho que, independentemente dos números de jogos que ele faça até o final do ano, o clube sempre tem muito a ganhar com sua imagem, sua presença e também em alguns jogos com sua atuação dentro de campo – disse Ceni

– Seria uma coisa justa com o atleta poder ter um jogo festivo para ele em dezembro. É um atleta merecedor disso. É um dos últimos campeões mundiais que nós temos em atividade, provavelmente o último que jogue pelo São Paulo. O último que jogue até que apareça uma geração que ganhe esse título – acrescentou.

1 COMENTÁRIO

  1. Lugano, pelo menos daria uma divididas, não esta m do Maicon que só entrega. No Porto foi mandado embora pois vivia dando presentes para os adversários, ou acham que o mandaram para o Brasil por que era indispensável? Mas neste sentido, a torcida, de um modo geral é culpada, pois quando estava emprestado e não poderia continuar a jogar a Libertadores, exigiram a qualquer preço a sua compra em definitivo. E se a Diretoria não o contratasse e fosse eliminado da Libertadores, como foi com uma expulsão infantil do próprio, acabariam crucificados, como acho que deveriam em quaisquer situações.
    A propósito, RC, como jogador todo o meu respeito, mas como treinador… Para ser treinador não basta ter sido um bom jogador, tem que haver algo mais e acho que coragem e pulso atuação firme à beira do gramado, são pontos fundamentais. Tem o treinador de beira de gramado que os jogadores entendem e este se faz entender. Estamos perdendo jogos fáceis. Esse time dos Gambás o que tem de especial: um monte de jogadores esforçados e bem dirigidos.