São Paulo: Aguirre “paga para ver” veteranos e sofre como Doriva

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UOL

Bruno Grossi

Diego Aguirre certamente não esperava estrear com uma derrota pelo São Paulo, como aconteceu no último sábado diante do São Caetano. E também não esperava um desempenho tão ruim, com um time tão travado em campo. Não faltavam, porém, indícios e alertas sobre o tipo de equipe que ele decidiu escalar na abertura das quartas de final do Campeonato Paulista. O uruguaio, assim como Dorival Júnior já havia feito, pagou para ver um Tricolor com Christian  Cueva, Nenê e Diego Souza juntos. Quis tirar dúvidas, conclusões próprias. Mas e o clube?

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O São Paulo não ganha um título há seis anos. Nem sequer chega a uma final. Na metade desse período, brigou para não ser rebaixado no Campeonato Brasileiro. Há uma urgência por conquistas e a taça do Paulistão é a mais acessível. O próprio elenco chegou a essa conclusão e colocou o Estadual como um remédio de ação imediata para a pressão que há tanto tempo perambula pelo Morumbi. Os dois técnicos do clube nesta temporada ou não enxergam dessa forma ou, ao menos, não transmitem esse pensamento para os torcedores.

Quando Dorival escala todos os medalhões todos ao mesmo tempo e faz o esforçado Tréllez furar a fila de Brenner para ter uma prova de que a diretoria não acompanhou suas ideologias na hora de contratar, ele pensa no próprio trabalho. Uma defesa para justificar a escalação de jovens, de atletas menos badalados e de um time mais veloz. Mas e o clube? Perde um clássico dominado contra o Santos por faltar fôlego para executar uma ideia de jogo inadequada para quem estava em campo. E sem vencer clássicos crescem insegurança e desconfiança.

Aguirre seguiu caminho semelhante. Admitiu que sabia do histórico pouco efetivo de Cueva, Nenê e Diego juntos e que foi informado de que o time jogou melhor quando foi mais leve e mais veloz. Pagou para ver contra o São Caetano, alegando aposta na experiência para um jogo decisivo em detrimento à juventude de quem vinha em melhor forma. Mas e o clube? O jogo de ida contra o Azulão poderia justamente servir para dar mais casca aos garotos, que agora tendem a voltar ao time na terça-feira, no Morumbi, em um cenário de muito mais pressão.

O atenuante de Aguirre em relação a Dorival está no tipo de prova tirada e na reação ao insucesso. Dorival quis mostrar para os superiores um suposto equívoco na montagem do elenco e falou sempre em evolução, em crescimento, sem – publicamente – reconhecer os erros. Isso minou sua imagem com a torcida. Aguirre quis entender o que tem nas mãos e, de pronto, admitiu ter falhado.

O questionável no ato do uruguaio está no momento para esse teste, principalmente depois do São Paulo mostrar cara totalmente diferente nos jogos contra Red Bull Brasil e CRB. Nessas partidas, com o auxiliar André Jardine no comando, os mais novos tiveram confiança e personalidade para fazer a equipe andar melhor. Inclusive com Nenê e Diego juntos, rendendo mais ao atuarem em suas posições contra o Red Bull – armador e segundo atacante, respectivamente.

O São Paulo já gastou os créditos que tinha com a torcida. E fracassar no Paulistão, torneio que não conquista desde 2005 e que não chega a uma final desde 2003, será sinônimo de mais uma temporada sem a tranquilidade necessária para tocar um projeto. Não ser campeão agora significa ter de esperar até os últimos meses do ano por uma taça, em competições muito mais complicadas.

4 COMENTÁRIOS

  1. O time é escalado pelos Agentes dos jogadores com a cumplicidade dos Diretores do São Paulo. Prova é a insistência em Diego Souza de centro avante – nunca jogou assim no Sport – para impressionar Tite.
    E o São Paulo que se foda.
    Aguirre teve tempo suficiente para ver os VT dos jogos do time sob o comando de Dorival. Como escala o mesmo time que levou Dorival a perder o emprego?
    Aguirre viu os dois jogos comandados por Jardine, viu as duas vitórias e os elogios de todos. De repente volta com todos os bondes fracassados; para que? Por quê?
    E o Trio de Ouro: Raí, Lugano e Ricardo – é cego?
    Aguirre escondeu a escalação para o jogo contra o São Caetano?
    Ou Aguirre se acha o máximo ao ponto de pensar que aquilo que não deu certo com Dorival dará com ele?
    Bruno, Aderlan, Petros, Edimar, Nene, Jean – o goleiro de 10 milhões – Trelez, Cueva – já está aprendendo chinês, não entra em bola dividida e vive perdendo penalty – podem – TODOS – serem demitidos, vendidos ou emprestados aos times da serie B, com os salários pagos pelo São Paulo, como virou política da diretoria.
    Diego Souza, jogando na posição dele, e jogando acordado, pode tentar mostrar serviço.
    Mandem Aguirre embora, junto com seus dois ajudantes – para que precisamos de mais um preparador físico? – só servem para aumentar a folha de pagamento.
    Efetivem Jardine – com a condição de ninguém se meter na escalação do time – senão todos a geração de jogadores de Cotia será MAIS UMA VEZ PERDIDA.
    Ou então, Jardine, volte para o Grêmio; lá você também é valorizado.