UOL
- Rubens Chiri / saopaulofc.net
Vitória sobre o Rosario Central em 2004 é relembrada com carinho pelos tricolores
O São Paulo enfrenta o Rosario Central nesta quarta-feira, às 21h45, no jogo de volta da primeira fase da Copa Sul-Americana. Apenas uma vitória classifica o Tricolor para a fase seguinte e essa necessidade tem feito o clube convocar a torcida para o Morumbi e memórias de outro confronto com os argentinos. Em 2004, pelas quartas de final da Copa Libertadores da América, uma atuação heroica ficou marcante para os torcedores e ainda inspira um dos protagonistas daquela noite: Grafite.
“Perdemos o primeiro jogo (1 a 0), na Argentina, e precisávamos vencer na volta. Mas eles fizeram 1 a 0, e então o Cuca me chamou para entrar ainda no primeiro tempo. Precisávamos dos gols, e consegui marcar um antes do intervalo. Voltamos pilhados para o segundo tempo, e marquei o segundo numa bola chorada (risos), quase bati a cabeça na trave na comemoração. Foi emocionante”, relembrou o ex-atacante, em entrevista ao site do São Paulo.
Depois de Grafite garantir o 2 a 1 no tempo normal, incluindo a permanência dos jogadores no gramado durante o intervalo, a partida contra o Rosario foi para os pênaltis. Cicinho abriu a série desperdiçando sua cobrança e fez Rogério Ceni chegar ao quinto chute precisando fazer o gol e ainda pegar a última tentativa argentina. O Mito marcou o dele, defendeu a batida do goleiro Gaona e levou para as alternadas. Gabriel colocou o São Paulo em vantagem e Irace foi mais um a parar em Ceni, que assegurou a classificação para a semifinal.
“Quando fui para a cobrança, na caminhada do meio de campo até a marca do pênalti, passou um filme na minha cabeça. E pensei: ‘pô, fiz dois gols no jogo. E se eu perder agora vou encaminhar a nossa desclassificação’. O meu forte é bater cruzado, mas troquei na hora e bati colocado, no lado direito. O goleiro caiu para o outro lado”, contou Grafite, que depois lamentaria a queda para o Once Caldas na fase posterior, mas viveria a glória no ano seguinte com os títulos do Campeonato Paulista, da Libertadores e do Mundial de Clubes:
“Sem dúvida, o jogo contra o Rosário foi um dos mais emocionantes na minha carreira. Marcou bastante a minha passagem pelo São Paulo. Chegamos até a semifinal e perdemos para o Once Caldas, que foi campeão. Mas o jogo contra o Rosario resgatou o espírito de decisão do São Paulo, de luta, assim como em 1992 e 1993. Ganhamos força para o restante da temporada e, depois, para conquistar os títulos de 2005”.
O ex-atacante foi jogar na Alemanha, onde foi campeão e destaque pelo Wolfsburg, mas seguiu acompanhando o São Paulo. Agora, espera que as boas recordações contra o Rosario Central ajudem o time atual a prosseguir na Sul-Americana . Para isso, Grafite aposta que Diego Souza será peça fundamental.
“Torço muito pelo sucesso do Diego Souza e tenho uma admiração por ele. Nunca jogamos juntos, mas sempre ouvi boas referencias sobre ele. E tomara que ele possa ser um grande protagonista neste jogo contra o Rosario, como fui em 2004. Que ele conduza o Tricolor, e o time faça uma boa partida para conquistar a classificação”, encerrou.