Leco defende Raí em texto publicado em jornal como direito de resposta a sócio do São Paulo

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GloboEsporte.com

Presidente volta a explicar também a opção por afastar André Jardine do cargo de treinador.

A edição desta quinta-feira da Folha de S.Paulo traz um texto escrito pelo presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, no qual ele defende o diretor executivo Raí.

Um dos maiores ídolos do São Paulo, Raí assumiu o comando do futebol tricolor no fim de 2017 e, agora, sofre a maior pressão para ser demitido do cargo. Conselheiros da oposição pediram a saída do dirigente, mas Leco banca a permanência do executivo.

– Não devemos, apesar de todas as adversidades, nos desviar do caminho da seriedade e da profissionalização, tão bem encarnadas na figura de Raí – escreveu o presidente.

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– É preciso saber separar a justa frustração do torcedor da ação dos abutres e dos oportunistas. Quanto ao senhor Demarco, desejo apenas que envelheça com dignidade – completou Leco.

Leco e Raí na chegada ao Morumbi — Foto: Marcos Ribolli

Leco e Raí na chegada ao Morumbi — Foto: Marcos Ribolli

Demarco, no caso, é o empresário Luís Roberto Demarco, sócio do São Paulo. Foi dele o texto, na mesma Folha de S. Paulo, que motivou Leco a pedir espaço no jornal como direito de resposta.

– Os resultados futebolísticos da atual gestão são de novo os piores da história do clube. Por ser o presidente, não há como eximir Leco da responsabilidade. Ele é quem manda e desmanda.

– No vaivém dos técnicos, ele segue, recebendo salário e andando de BMW do clube. Mas nas derrotas sai pelos fundos, escondido – escreveu Demarco.

No texto de resposta, Leco relembrou episódio de 2017, quando Demarco ofereceu um software para gerenciar o programa de sócio do clube:

– Demarco decidiu cobrar R$ 300 mil do clube que tenho a honra de presidir por um software que antes havia disponibilizado gratuitamente, de forma documentada. Levou, ainda, a infundada cobrança à Justiça. Ao protestar, no entanto, reduziu a cobrança para R$ 50 mil, valor seis vezes menor que o reclamado anteriormente. O esforço se converteu em fracasso, e a cobrança foi considerada indevida. É irônico, diante deste fato, que em um dos trechos de seu artigo seja dito que interesses pessoais se sobrepõem aos do clube.

Depois, Leco volta a explicar a mudança de pensamento em relação a André Jardine, que foi bancado pela diretoria na reta final do ano passado e afastado recentemente do cargo.

– A opção por André Jardine foi feita com a convicção de que ele representava o caminho para a modernização do futebol do São Paulo. Não deu certo neste momento, a despeito do excelente profissional que ele revelou ser em sua trajetória vitoriosa nas categorias de base e de seu caráter exemplar. Quem conhece o futebol de perto sabe que a distância entre o céu e o inferno é frequentemente muito curta – escreveu o presidente.