Cuca elogia São Paulo no clássico, diz que Antony jogou debilitado e revela choro de Liziero

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan e Martín Fernandez

Treinador vê qualidades na equipe tricolor no empate por 0 a 0 com o Corinthians


Veja a coletiva do técnico Cuca após o primeiro jogo da final do Paulistão

Veja a coletiva do técnico Cuca após o primeiro jogo da final do Paulistão

O técnico Cuca, do São Paulo, deu sinais de satisfação com o desempenho de sua equipe no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, neste domingo, no Morumbi, contra o Corinthians. Apesar do empate por 0 a 0, ele viu qualidades na equipe tricolor.

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Para Cuca, foram naturais as dificuldades para superar o sistema defensivo corintiano.

– É a dificuldade que todo time tem quando pega uma defesa bem montada como a do Corinthians, principalmente fora de casa. Eles retrocedem bem e oferecem arremate de média distância, como tivemos com o Luan, o Hernanes, que passou muito perto, outras ocasiões que o Cássio defendeu. Foram jogadas em que poderia ter saído um gol. Não seria injusto se tivéssemos vencido. Em casa, o Corinthians tem tido uma postura diferente – disse o treinador.

Cuca elogia desempenho do São Paulo contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Cuca elogia desempenho do São Paulo contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Cuca comentou a postura tática da equipe na partida. Sem Liziero, o treinador decidiu colocar Gonzalo Carneiro de centroavante e deslocar Everton Felipe para a linha de meias.

– Muitos vão questionar por que entrei com o Everton e não o Hernanes. Ele não tem condição. Quarenta e cinco minutos seria o limite total, e seria até demais. Corremos esse risco. Quando coloco o Everton por dentro, fazendo uma linha de quatro com o Carneiro na frente, tenho velocidade em todos os lados. Isso joga o time pra frente. O Everton já fez assim com Cuellar e Everton Ribeiro no Flamengo. A ideia foi nisso. No pouquíssimo tempo para treinar, acho que fizeram uma boa partida, até 30, 35 do segundo tempo, quando escolhemos jogadas erradas e corremos risco. Antes, jogamos no campo do adversário e criamos chances.

Cuca entende que o time esteve bem montado no clássico, com postura ofensiva.

– Entramos com um centroavante de área, velocidade pelos lados e por dentro. Mais aberto que isso é impossível. Se fizer mais diferente, perde o jogo. Perdendo a bola, tentamos a roubada no campo de ataque, mas as equipes são iguais. Estamos atrás do Corinthians, em formação, descobrindo valores e perdendo Pablo, Liziero, o Hernanes até hoje. Estamos achando alternativas. Não é o ideal não ter feito gol nos últimos três jogos, mas é um processo natural. Não adianta sair como louco. Estamos buscando esse equilíbrio e falta a parte final. Isso vai requerer um tempo a mais.

Cuca conversa com Antony, que sentiu fraqueza no clássico — Foto: Marcos Ribolli

Cuca conversa com Antony, que sentiu fraqueza no clássico — Foto: Marcos Ribolli

O treinador do São Paulo também comentou a situação de Antony. O garoto sentiu-se fraco em campo e não teve boa atuação.

– O Antony é um dos mais importantes, se não o mais importante, na criação, e ele não estava bem, estava com fraqueza. Estava na dúvida entre continuar ou tirar. Ele jogou debilitado, infelizmente. Ele foi abaixo da expectativa, mas normal. (…) É muito do jogador. Tem que ver a alimentação, o estresse, o emocional. Ele é um torcedor de arquibancada e estava no maior jogo da vida dele.

Cuca conversa com Antony ao fim do primeiro tempo do clássico contra o Corinthians

Cuca conversa com Antony ao fim do primeiro tempo do clássico contra o Corinthians

Cuca ainda lamentou a ausência de Liziero e disse que o jogador chorou por não conseguir se recuperar em tempo de ir a campo.

– Depende do resultado do exame (Liziero jogar no próximo domingo). Ele tem alguma coisa. Ele é um guerreiro. Ontem (sábado), quando falei com ele, vinha às lágrimas, porque infelizmente estava impossibilitado.

Melhores momentos: São Paulo 0 x 0 Corinthians pelo 1º jogo da final do Paulistão

Melhores momentos: São Paulo 0 x 0 Corinthians pelo 1º jogo da final do Paulistão

Veja abaixo outros tópicos da coletiva

VAR

– Fui conversar com o quarteto (de arbitragem). A gente tem que ter paciência. O VAR veio corrigir injustiças. Eles têm que ser um pouco mais rápidos nisso. Esfria o jogo. Quando é um lance interpretativo, tem que ser chamado e ver, como no lance do Ralf. Quando é um impedimento, se não há um impedimento, tem o pênalti do Hudson. Houve o impedimento. Não era um lance interpretativo.

Ausência de Liziero

– Ele ontem (sábado), no treino, sentiu a lesão. Tenho 24 horas, tenho que esperar, não tem como fazer um exame. A gente esperou até o último momento, e pude trabalhar um pouco essa formação.

Sobre Corinthians ter jogo no meio de semana (e o São Paulo, não)

– Talvez percam em treinamento, mas têm um elenco qualificado. Não vejo grande vantagem em cima disso.

Análise da final

– A expectativa era geral, de um grande jogo, uma vitória, mas o torcedor sabe que são jogos difíceis e que a equipe dele não jogou pior. O Cássio pegou uma bola linda no primeiro tempo. O Corinthians não teve grandes chances. A gente neutralizou os contra-ataques até o final do jogo. Vamos encontrar a equipe certa para um jogo preciso, precioso, perfeito no próximo domingo.

Atletas experientes na final

– Vou utilizar do mesmo jeito que utilizei hoje. Não abro mão da experiência. São estratégias que você usa. Não tendo condição pros 90 minutos, usa uma parte. Vamos ver a semana.

Preparação para a final

– É geral, a parte emocional, técnica, tática, escolher o time certo. Escolher o time certo é fácil: é só ganhar o jogo. Vamos trabalhar bem essa semana toda e ir para o grande jogo.