Mauro Cezar Pereira – UOL
Fernando Diniz gesticula no treinamento do São Paulo na segunda-feira- Foto: Divulgação/SPFC
Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes comandaram a seleção brasileira entre as Copas de 2010 e 2014. Ambos fracassaram em seus clubes na atual temporada, um já substituiu o outro, mas o fato é que os dois se desgastaram com trabalhos fracos em 2019.
Oswaldo de Oliveira, no Fluminense; Cuca, pelo São Paulo; Zé Ricardo, no Fortaleza; e Rogério Ceni, no Cruzeiro, foram os técnicos que deixaram seus clubes, demitidos ou pedindo o boné, quase ao mesmo tempo entre quinta e sexta-feira. Vítimas ou vilões?
Generalizar é, obviamente, um erro, mas não são raros os treinadores que desvalorizam, cada vez mais, a velha argumentação segundo a qual é preciso dar tempo para que possam trabalhar. Por que o tempo passa e não se vê qualquer evolução.
Era o caso do São Paulo. Cuca assumiu em meio às finais do Campeonato Paulista, em abril, teve semanas livres para treinamentos desde que o time saiu da última competição de mata-mata, a Copa do Brasil, mas em campo jamais mostrava progressos.
Os são-paulinos tiveram 44 dias sem jogos em intervalo de 58, mais do que qualquer outra equipe da Série A. Primeiro pela paralisação do campeonato para a disputa da Copa América, depois pelo adiamento do duelo com o Athletico, que foi jogar no Japão.
Somando as noites de quarta e quinta-feira sem jogos a esses amplos períodos sem entrar em campo para partidas oficiais, os tricolores estiveram em condição única. Ninguém teve tanto tempo para treinamentos, para aprimoramento coletivo.
Foram, na prática, semanas desperdiçadas. O São Paulo pratica um futebol ruim, incompatível com a qualidade do elenco, que recebeu inúmeros reforços, como Daniel Alves, Juan Fran, Pato, Tchê Tchê, Vítor Bueno e outros.
O próprio Cuca fez uma espécie de mea culpa em sua entrevista de despedida. Parecia ciente de que não foi capaz de fazer funcionar o time. Não diria que é um vilão, afinal, sua intenção era boa. Mas também não dá para dizer que foi vítima.
Sem ele e com Fernando Diniz no comando, o time foi pragmático e atuou para não perder contra o Flamengo, no Maracanã. Compreensível pelo momento, insuficiente para o futuro imediato. O elenco é bom o bastante para fazer mais.
Pelota de pé em pé, pressão no campo oponente… Já foi assim na atividade desta segunda-feira, quando Diniz deu treino tático com prioridade à posse de bola, trocas rápidas de passes e, atenção, a saída de jogo!
Após uma semana, já deverá ser bem diferente do que se viu ante o Flamengo. Um time com características do novo treinador, sábado, contra o Fortaleza, no Pacaembu, quando o ídolo maior, Rogério Ceni, será adversário.
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