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José Eduardo Martins e Ricardo Perrone
Sem tirar o foco na reta final do Campeonato Brasileiro, o São Paulo já começa a traçar o seu planejamento para 2020. Nas conversas entre os integrantes do departamento futebol tricolor, a análise do que poderá ser feito para o próximo ano entra na pauta. O torcedor, porém, não deve esperar por tantas contratações como aconteceu para esta temporada. Depois de investir para montar o time, o clube pretende colocar o pé no freio na hora de abrir os cofres para trazer outros atletas. Na visão dos dirigentes, o São Paulo está bem servido em quase todos os setores e, por isso, a ideia é se empenhar mais na manutenção de alguns jogadores do que em contratações.
Um bom exemplo é o goleiro Tiago Volpi. Emprestado pelo Querétaro até o fim de 2019, ele deve permanecer no Morumbi. Para tanto, será necessário gastar 5 milhões de dólares (R$ 20,15 milhões). Disposto a conquistar um título na gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o São Paulo trabalhou no mercado da bola. Para contar com Pablo (R$ 26,5 milhões), Léo Pelé (R$ 3 milhões), Tchê Tchê (R$ 22 milhões) e Raniel (R$ 12,8 milhões), o clube deve desembolsar cerca de R$ 64 milhões. É preciso destacar que estes valores são parcelados e, em alguns casos, os vencimentos começam a ser cobrados no ano que vem.
O Tricolor paulista também trouxe jogadores que não representaram gastos na aquisição dos direitos porque estavam sem contrato com outras equipes (Alexandre Pato, Daniel Alves e Juanfran), mas precisam de investimentos para o pagamentos de luvas e salários. Ainda assim, é importante frisar que o São Paulo gastou muito menos do que Flamengo, com cerca de R$ 150 milhões em reforços para 2020, e Palmeiras, com aproximadamente R$ 140 milhões investidos para trazer atletas. O Corinthians, porém, já teve um orçamento mais modesto, com R$ 42,7 milhões utilizados para a aquisição de jogadores.
Outros pontos fazem o São Paulo adotar tal postura no mercado da bola. O clube não vive um momento positivo financeiramente. Chegou a atrasar os direitos de imagem de atletas neste ano, e precisou contrair R$ 37 milhões em empréstimos bancários. O quanto se arrecadou com a transferência de jogadores também está muito abaixo dos R$ 120 milhões esperados na previsão orçamentária. As principais vendas foram de Morato (R$ 27,3 milhões) e Rodrigo Caio (R$ 22 milhões). Por isso, a diretoria sabe que também terá de negociar alguns atletas até o fim da temporada.