Análise: Fortaleza despacha mais um grande e G-6 é meta real. São Paulo não cria

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André Rocha – UOL

Robson, do Fortaleza, comemora gol contra o São Paulo, em jogo pelo Brasileiro - LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Robson, do Fortaleza, comemora gol contra o São Paulo, em jogo pelo Brasileiro Imagem: LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
André Rocha – Colunista do UOL Esporte

O jogo no Morumbi ficará marcado pelo pênalti mal marcado pela arbitragem e corretamente anulado com a ajuda do VAR, mas, principalmente, pelo drama da convulsão de Marcelinho, massagista do São Paulo, à beira do campo. Sempre um evento traumático.

Mas foi mais uma atuação consistente do Fortaleza de Vojvoda no Brasileiro. Novamente organizado para atacar e defender. Com Tinga como zagueiro dando suporte ao ala Pikachu, que ataca o corredor direito. Do lado oposto, Lucas Crispim é o ala organizador que aciona David na velocidade. Robson circula por todo ataque e Ronaldo e Ederson são meio-campistas de área a área.

Um 3-4-3 com muito conteúdo e também ciência das dificuldades e dos diferentes contextos. Controlando o primeiro tempo com 37% de posse e segurando a intensidade são-paulina nos encaixes, perseguições e rápidas transições da equipe de Hernán Crespo. Muito volume enquanto há fôlego.

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Mas carência de criatividade sem Daniel Alves, Rigoni e Luciano, com Benítez no banco e entrando no segundo tempo como uma espécie de “falso nove” porque não suporta fisicamente o desgaste do trabalho sem bola. Com força apenas pela esquerda, com Reinaldo dando trabalho a Pikachu e Tinga. Ainda a tentativa de acelerar com Rojas circulando pelos flancos.

No segundo tempo, o time cearense foi encontrando espaços com mobilidade, inteligência e vitórias nos duelos pelo campo. Com David ganhando na velocidade de Arboleda, Robson circulando entre Leo e Bruno Alves e Ederson e Ronald sobrando contra Luan e Nestor entre as intermediárias.

Na bola parada, que também é ensaiada dentro de um trabalho cada vez mais completo, Crispim colocou na cabeça de Robson para marcar o gol único.

Placar que poderia ter sido ampliado em contragolpe de manual que Igor Torres, substituto de Robson, finalizou no travessão de Tiago Volpi. Foram nove conclusões, quatro de dentro da área, Mesmo número no alvo, uma a mais que o São Paulo, que teve um falso domínio. Crespo precisa encontrar soluções ofensivas para superar ausências importantes. A equipe paulista volta a se aproximar do Z-4.

O time de Vojvoda sempre pareceu mais seguro e perto da vitória. Terceira consecutiva que coloca o Fortaleza no G-4. Já superando Atlético Mineiro, Corinthians e Internacional. A direção acerta ao traçar como meta inicial a permanência por mais um ano na Série A. Mas na verdade do campo, o objetivo de terminar no G-6 é, ou deve ser, muito real.

(Estatísticas: SofaScore)

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