São Paulo: como Eder foi de “oportunidade de mercado” à 6ª opção do ataque

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UOL

Arthur Sandes

Já são três partidas sem jogar, e Eder vive sua fase mais difícil desde que chegou ao São Paulo em março. O atacante chegou com prestígio, mas sofreu com problemas musculares; agora vive jejum de gols e parece ter cada vez menos espaço para mostrar serviço, sendo apenas a sexta opção de Hernán Crespo para o ataque tricolor. A contratação de Eder, 34, foi “motivo de grande satisfação”, nas palavras do presidente Julio Casares na apresentação. Internamente o São Paulo tratava o reforço como um negócio de oportunidade, pois Eder havia tido números melhores até que os de Hulk no futebol chinês e estava sem contrato. O atacante assinou por duas temporadas com salário inicial de R$ 600 mil.

Logo de cara, assim que ficou à disposição de Crespo, Eder enfileirou cinco partidas seguidas saindo do banco e fez dois gols. A sequência foi interrompida por dores musculares (três jogos de desfalque) e, dias depois, pelo diagnóstico de um edema na coxa direita (mais seis jogos). Por tudo isso, a primeira vez do atacante como titular foi na última rodada da fase de grupos da Libertadores, contra o Sporting Cristal (PER), no final de maio.

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Dali até o começo de julho, Eder viveria sua melhor fase no clube até aqui: teve 13 jogos seguidos entrando em campo, boa parte deles como titular, botando Pablo no banco e com mais três gols e duas assistências para suas contas. Foi no mesmo período, porém, que o São Paulo viveu sua pior sequência com Crespo (sete jogos sem vencer). Foi um estiramento muscular na coxa direita que derrubou Eder na lista de concorrentes para o ataque do São Paulo. A essa altura o clube já tinha contratado Emiliano Rigoni, que chegou e se mantém como um dos xodós da torcida, entre os mais utilizados por Crespo. Luciano e Pablo voltaram a ter a preferência do treinador, e Calleri também chegou.

Eder ficou para trás. Desde a sua recuperação, o camisa 23 jogou só três dos nove jogos do Tricolor, estando há três sem atuar por um minuto sequer —o que é inédito. Seu último gol foi contra a Chapecoense, há 26 jogos e um turno inteiro do Brasileirão. Na semana passada, quando um problema no olho tirou Luciano do jogo contra o América-MG, Crespo optou por Pablo e explicou na coletiva. Disse que este “está em forma, está bem, então a escolha foi muito fácil”. No sábado (26), perguntado sobre uma suposta insatisfação de Eder por jogar pouco, o técnico afirmou que “não aconteceu nada” neste sentido, mas que “se alguém pensa que tem mais direito de jogar pelo nome que tem aqui, está equivocado”.

Atual sexta opção para o ataque —atrás de Luciano, Pablo, Calleri, Rigoni e Marquinhos—, Eder pode começar a mudar este cenário nesta semana de treinos. O São Paulo tem dias de trabalho no CT da Barra Funda até viajar a Santa Catarina para enfrentar a Chapecoense às 16 horas (de Brasília) de domingo (3).

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