Pivô de escândalo do SP recebeu valores suspeitos, diz MP

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UOL

Diego Garcia

Personagem central da denúncia que tornou ex-dirigentes do São Paulo réus na Justiça, o zagueiro Iago Maidana recebeu repasses do Monte Cristo, clube de Goiás que negociou o jogador com o São Paulo, e do presidente do Monte Cristo na época, aponta o Ministério Público de São Paulo. Para o MP, a transação lesou os cofres do São Paulo, o que levou o órgão apurar se houve a formação de organização criminosa, além dos crimes de estelionato (ou furto mediante fraude) e lavagem de capitais cometidos, em tese, por dirigentes do Tricolor.

No dia 9 de setembro de 2015, Maidana rescindiu com o Criciúma e assinou com o Monte Cristo, que pagou R$ 400 mil para o clube catarinense. No dia 11, o São Paulo pagou R$ 1,9 milhão por 60% dos direitos econômicos do zagueiro. Foi constatado o pagamento de R$ 380 mil para a empresa M3 Eventos Esportivos, que pertence a Iago Maidana. Para o MP, um “valor extremamente alto e suspeito”.

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Em depoimento, Maidana disse que deveria receber o equivalente a 50% da transferência, ou algo em torno de R$ 1 milhão. Iago juntou extratos e notas fiscais referentes a pagamentos que totalizam R$ 280 mil. Extratos bancários do Monte Cristo mostram que o clube depositou mais R$ 100 mil na conta de Maidana. Em sua conta, além dos R$ 380 mil do Monte Cristo, Maidana recebeu R$ 50 mil de Getúlio Orlando de Souza, então presidente do Monte Cristo. Para o MP, isso “não parece estar de acordo com as boas práticas de gestão esportiva”.

Procurado via assessoria de imprensa, o zagueiro Iago Maidana, que está no Gil Vicente, de Portugal — mas pertence ao Atlético-MG —, diz que prefere não se pronunciar sobre o assunto e que não vai reinvindicar o valor que deveria ter recebido pela transferência ao São Paulo. A coluna tentou contato com os representantes do Monte Cristo, mas eles não retornaram as tentativas de contatos. O MP, por sua vez, disse que não comentaria o processo, que está em sigilo.

A reportagem será atualizada caso as partes entrem em contato e queiram se manifestar.

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