Queda na Copinha aumenta jejum da base do São Paulo e reforça dificuldade em revelar craques

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Última taça foi em 2021, com o sub-17, mas o sub-20 não levanta troféu há quatro anos

Globo Esporte

O São Paulo foi eliminado da Copa São Paulo de Futebol Jr., a Copinha, no último domingo, após derrota de virada para o América-MG, e aumentou o jejum de títulos do sub-20. Agora, são quatro anos sem levantar nenhuma taça na categoria.

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A última conquista foi a Copinha de 2019, que contava com um elenco recheado de jogadores que subiram para o profissional e foram negociados em um curto espaço de tempo. Foram os casos, por exemplo, de Antony, Gabriel Sara, Morato e Tuta.

Outros ainda seguem nos profissionais do clube, como o zagueiro Diego Costa, o meia Rodrigo Nestor e o lateral-esquerdo Welington.

São Paulo campeão Copinha — Foto: Renato Pizzutto/BP Filmes

A safra foi a última de grande sucesso revelada pelo São Paulo. Além da seca de títulos, o clube teve pouco êxito na revelação de grandes nomes nas safras posteriores. A exceção foi Pablo Maia, que subiu no ano passado após se destacar no comando do técnico Alex, e é titular com Rogério Ceni.

Até tiveram outros atletas que conseguiram chegar aos profissionais, como Beraldo, Talles Costa, Rodriguinho, Moreira, Caio e Juan, mas nenhum ainda se firmou como titular e, pelas recentes contratações, devem receber poucas chances nessa temporada.

Luizão e Marquinhos eram grandes apostas e podiam ir contra a estatística, mas nem chegaram a se firmar na equipe principal e já se despediram. Estão agora no futebol inglês. O atacante rendeu cerca de R$ 18 milhões ao cofres são-paulinos.

Atualmente sete atletas do elenco profissional têm idade para atuar pelo time que disputou a Copinha (nascidos a partir de 2002): o goleiro Young (2003), o zagueiro Beraldo (2004), o lateral Moreira (2004), os meio-campistas Rodriguinho (2004) e Pablo Maia (2002), além dos atacantes Juan (2002) e Caio (2004). Destes, somente Pablo Maia é titular.

Do atual time, eliminado da Copinha no último domingo, poucos jogadores se mostram prontos para subir para os profissionais. Havia grande expectativa pelo camisa 10 Pedrinho, mas ele teve um desempenho bem abaixo na competição.

A tendência, mesmo assim, é que ele suba para o profissional junto com o lateral-esquerdo Patryck, que estava inscrito na Copinha mas não disputou o torneio por estar com a seleção brasileira sub-20 no Sul-Americano da categoria.

Pedrinho, do São Paulo, em jogo da Copinha contra o América-MG — Foto: Matheus Dahsan/saopaulofc.net

A falta de nomes de impacto na categoria mais importante da base e a queda precoce – era apenas a terceira fase da Copinha – escancaram um problema enfrentado pelas categorias de base do São Paulo nos últimos anos.

A escassez de títulos não se restringe apenas ao sub-20, que tem sofrido com promoções ao profissional. O sub-17, por exemplo, levantou o último troféu em fevereiro de 2021, quando foi campeão da Supercopa do Brasil da categoria ao vencer o Fluminense.

No final daquele ano até chegou à final da Copa do Brasil, mas ficou com o vice-campeonato após derrota por 6 a 1 no placar agregado para o Flamengo.

O sub-15, por sua vez, não sabe o que é comemorar um título desde 2018, quando foi campeão do Paulistão após vencer o Palmeiras. A última melhor marca foi o vice-campeonato do Paulistão de 2022.

A atual situação é um contraste com o que o clube viveu em 2016, por exemplo. Naquele ano, o São Paulo celebrou 12 títulos, como Libertadores, Copa do Brasil, Paulista, Copa RS e outros campeonatos.

Time sub-20 do São Paulo comemora a Libertadores da categoria — Foto: Igor Amorim/saopaulofc.net