Febre Tricolor – Quebra de linhas

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Jovens ganham regularidade no time de Vágner Mancini

O diagnóstico encontrado pela nova comissão técnica do São Paulo para a mudança no estilo de jogo da equipe passa por uma reformulação do elenco, inclusive com possíveis negociações de peças importantes da campanha do Brasileirão de 2018. Tal perspectiva é voltada para tornar o time menos previsível e facilitar a quebra de linhas defensivas do adversário. A partir daí a questão é: quebrar a linha pra que?

Em 2019 houve amadurecimento de jovens jogadores que começam a figurar com frequência na equipe principal. Entre eles Luan, Helinho e Antony. O volante Igor Liziero já vinha sendo peça presente nas escalações do ano passado, mas uma série de contusões atrapalha o seu início de carreira e desenvolvimento. O ponto é o seguinte: ainda que sejam excelentes atletas, a menos que se tenha um fenômeno nas cancheiras do clube, não é natural dar aos mesmos a responsabilidade de decidir partidas. Podem auxiliar num jogo vertical e na quebra de linhas defensivas, mas não seriam os homens a decidir jogos.

Dois dos jogadores decisivos do elenco parecem não fazer mais parte dos planos: Nenê e Diego Souza. Aquele tem sondagens do Fluminense, e este teria proposta do Botafogo para um possível empréstimo em que o São Paulo precisaria dividir o pagamento de salários. Se o clube pretende então mudar o perfil do elenco nesse momento, parece óbvio que terá que trazer peças de reposição. Com um orçamento menor após a queda da Libertadores, a missão parece complicada.

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Mudança no jogo

Negociações de jogadores decisivos forçam reposições, com verba diminuta

Em que pese a opção do Tricolor em mudar radicalmente o elenco após o primeiro trimestre, o técnico Vágner Mancini começa implementar um novo estilo de jogo para a equipe. A tática escolhida para iniciar os trabalhos pela dupla Mancini/Cuca foi o 3-4-3. Um modelo adotado, por exemplo, pelo ex-treinador do Chelsea, Antônio Conte. A ideia é dar uma segurança defensiva para o time, que vem tomando uma série de gols nos últimos jogos. 

Além de um outro padrão tático, como dito, jovens como Luan, Antony e Helinho vem ganhando em regularidade. Com a inteligência desses jovens, mas bons jogadores, inclusive na qualidade de passe, o São Paulo vem chegando com mais tranquilidade ao campo de ataque. O problema reside na definição, pois o badalado centroavante Pablo ainda não conseguiu achar um adequado posicionamento para receber as bolas em condições de marcar.

Para que essa filosofia de jogo funcione, então, parecem necessárias as saídas de atletas que não serão aproveitados, e a mudança com a chegada de novos jogadores decisivos. Isso ajudará no desenvolvimento dos excelentes jovens valores do Tricolor, com a retirada de toda essa responsabilidade que já recai em seus ombros. O objetivo é que a mudança não seja tardia, para que a equipe não se complique também no Campeonato Brasileiro 2019. Somente com novos definidores de jogadas terá algum sentido quebrar as linhas defensivas.

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Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino desde que acompanha futebol, em 1991, e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.

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