O mundo mudou e junto o futebol também mudou. Quando eu comecei a ir ao Morumbi, em 1977, o papo era ganhar paulista e brasileiro. Libertadores, mundial, copa do brasil e sulamericana não era coisa que se falava. Tanto que o supertime de 1985, 86 e 87 conquistou paulista e brasileiro e todo mundo ficou feliz. Hoje com um time daquele todo mundo pensaria em brasileiro, liberta e mundial. Com Oscar, Dario, Pita, Silas, Muller e Careca hoje o foco seria libertadores. Isso não era assim.
Ontem tivemos o “clássico” contra o águas claras. Com todo respeito, não posso imaginar um time como o nosso jogando contra times que nunca irão vencer nada que o nosso time pode vencer. Isso não faz sentido para mim. A fórmula de disputa está errada faz anos. Todos os clubes pequenos deveriam dar início ao paulista até escolherem os 4 melhores que jogariam quartas de finais, semi finais e finais em jogos de ida e volta contra os 4 grandes. Seriam 6 datas e tudo resolvido. Para nós seria a mesma coisa, já que a fatura só seria resolvida se os grandes vencessem os grandes, pois os pequenos raramente vão até a final.
A grande questão é passarmos a ter um calendário mais bem pensado para termos menos lesões nos jogadores e em boa parte do ano jogos apenas nos finais de semana. Eu gostaria de sair de casa para ver bons espetáculos que o águas claras não pode oferecer e, acredito,é por isso que o estádio fica vazio gerando prejuízos, já que o ingresso também é mais barato nestes jogos. O negócio é tão louco que agora, com 3 dias entre um jogo e outro, o SPFC pega o Palmeiras num jogo no interior do estado. Acho insano para início de temporada. Para ilustrar esta coisa do calendário louco cito a análise que o Casagrande fez do jogo de estreia, onde ele mostrou o trabalho do treinador no segundo gol do time. Ele disse: “Isso não aconteceu ano passado por falta de tempo para treino para o Diniz mostrar seu trabalho”. Se em 15 dias isso já aconteceu, imagina em 30?
O jogo de estreia foi mais um treino e a crítica especializada foi positiva. Mas é bom que se diga que Helinho e Pato foram as notas mais baixas do time. O SPFC precisa muito do poder de fogo do Pato e com a experiência que ele tem, está na hora de começar a decidir jogos como sabemos que ele sabe fazer. O Helinho é um moleque bom de bola que precisa de tempo para crescer como quase todo moleque. Nesta situação estão Liziero, Toró, Brenner, Shaylon e o próprio Helinho. O time da copinha deste ano não tinha um moleque bom como estes 5, por isso é preciso paciência.
Em minha opinião, colocar clássicos logo no início do campeonato é mais um erro dos nossos administradores. Nenhum time está pronto ainda. Com mais 30 dias os caras estarão em boa forma física e técnica e os clássicos seriam mais interessantes. O jogo de domingo valerá 3 pontos como todos os demais e não servirá para sabermos o que o nosso time pode fazer. Sem contar que o Antony faz falta demais e não jogará. Aliás, tomara que fique toda a temporada para mostrar um pouco do que pode aqui no pobre Brasil.
Minha conclusão vai de encontro com a coluna que escrevi semana passada: Este time está nas mãos dos jogadores do ataque para vermos evolução em relação a 2019, já quem em 2019 tivemos a melhor defesa do brasileiro. O entrosamento, a forma física e técnica de Daniel, Hernanes, Pablo, Pato e Everton são fundamentais. Além do perfeito entrosamento desta turma com Igor, Antony e Vitor Bueno. Espero que o calendário permita que isso aconteça e o trabalho deste treinador seja suficiente. Bons jogadores eles são.
Salve o tricolor paulista, o clube da fé.
Carlito Sampaio Góes