Salve salve, t̶i̶r̶e̶m̶ ̶a̶s̶ ̶c̶r̶i̶a̶n̶ç̶a̶s̶ ̶d̶a̶ ̶s̶a̶l̶a̶ (z̶u̶e̶i̶r̶a̶,̶ ̶t̶i̶r̶e̶m̶ ̶n̶ã̶o̶,̶ ̶d̶e̶i̶x̶e̶m̶ ̶l̶e̶r̶)
Lembram que semana passada eu falei um pouco dos anos 90? Pois é, pra quem não viu veja aqui, vamos continuar… terminei a coluna semana passada falando da coroação da equipe extremamente competitiva e de fato foi! A equipe que venceu o Newell’s em 1992 foi uma das maiores, senão a maior do São Paulo até hoje. Na final da Libertadores após os pênaltis que garantiram o título inédito da Libertadores para o São Paulo, grande parte dos mais de 105 mil torcedores que assistiam o jogo no dia, ao fim do apito final invadiram o campo pra comemorar, era uma explosão de alegria que nunca tinha visto antes. O campo que era verde ficou colorido em vermelho, branco e preto, e nosso capitão, Raí levantava a Libertadores e a América pela primeira vez para o São Paulo.
O time começaria então a se preparar para a decisão do título do Mundial de Clubes em Dezembro contra o Barcelona. O Barcelona foi para o Mundial de Clubes em 1992 como o Campeão da Copa dos Campeões da Europa, a conhecida UEFA Champions League, hoje… o campeonato era totalmente diferente dos moldes de hoje, era a primeira e segunda fase eliminatórias, como se fosse a pré-Libertadores que conhecemos, e apenas dois grupos com quatro equipes cada, não tinha semifinal e a final era realizada pelo primeiro colocado de cada grupo, que no caso o do Barcelona foi a Sampdoria da Itália e foi realizada em Wembley.
Antes disso o São Paulo disputaria no meio do ano, o Campeonato Paulista, o que o time não conseguiu jogar no Brasileiro do ano, sobrou no Paulistão, líder na primeira fase e no quadrangular final e foi para a final contra o Palmeiras. Como o Paulistão era disputado no período em que hoje é disputado o Brasileirão, o segundo jogo da final do Paulista estava marcado exatamente para o mesmo dia do jogo contra o Barcelona no Mundial, 13 de dezembro, nesse caso o São Paulo conseguiu que o segundo jogo (contra o Palmeiras) fosse adiado para o dia 20, ou seja, uma semana depois. O primeiro jogo foi no dia 5 de Dezembro, fato que não agradou Telê Santana pois declarou que atrapalharia a programação do São Paulo para o Mundial, o que não foi muito problema pois o São Paulo venceu o Palmeiras por 4 a 2 com 3 gols de Raí e um de Cafu.
Chegando o dia do Mundial, o São Paulo foi para o Japão como zebra, pois iria enfrentar o Barcelona com status de campeão europeu, e com um time considerado o melhor da história do clube, com Guardiola, Koeman, Stoichkov, Zubizarreta, Nadal (tio do tenista Rafael Nadal), Sergi e o treinador Johaan Cruyff. Parece que esse time não metia medo no tricolor já que o próprio São Paulo venceu o Barcelona no mesmo ano por 4 a 1 no Troféu Tereza Herrera, alguns dizem que essa foi a melhor da história do São Paulo.
No Mundial de 1991 que foi o reencontro com o time da Espanha, mas dessa vez no Japão o time começou surpreendido pelo Barcelona que abriu o placar com marcado pelo búlgaro Stoichkov, mas não abalou a equipe, que empatou com Raí. No segundo tempo, falta para o tricolor. Raí foi pra bola e marcou aquele famoso gol que todos conhecem. Era a virada, era o gol do título Mundial. O São Paulo era o melhor do mundo. No final do jogo, Cruyff, técnico do Barça, lançou uma frase lembrada até hoje pelos torcedores:
“Se é para ser atropelado, que seja por uma Ferrari…”
Não tinha palavras para definir o que aconteceu em São Paulo na volta da equipe do Mundial em dezembro. O time voltou como campeão mundial e deu a volta olímpica pela cidade, em carro de bombeiro. Mas nem haveria tanto tempo para comemorar, pois ainda tinha o jogo final do paulista, contra o Palmeiras e eles queriam carimbar a faixa e se aproveitar do desgaste físico da equipe, mas Müller e Cerezo não deixaram, e deram outra vitória ao São Paulo por 2 a 1, Bicampeão Paulista, e o encerramento de um ano perfeito com três títulos conquistados. A imprensa também saudava sem economia o time, que, com os três títulos conquistados em 1992, somados aos três de torneios amistosos, fizeram com que o São Paulo fosse o destaque esportivo do ano. A revista Placar decretou à época: “O São Paulo hoje está muito à frente dos adversários”. E, de fato, estava…
Terá parte 3? Terá! Semana que vem eu falo de 1993…
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Carlinhos Novack é Jornalista, já foi colunista de outros sites tricolores, ex-LANCE!. Escreve suas colunas na SPNet todas as Quintas.
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