Memória Tricolor (camisa) #11 – Ponta Esquerda, uma antiga posição

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Canhoteiro

Qual menino nunca cresceu sonhando em um dia ser jogador de futebol e brilhar nos gramados de seus times do coração? Qual torcedor apaixonado nunca ao bater uma bola não tinha sua posição preferida, uma das frustrações deste colunista no futebol é a extinção do Ponta Esquerda…

É tradição desde o início da numeração dos jogadores que o Goleiro adote a camisa de número 1 e a partir daí pelo lado direto se seguiam, durante muitos anos as escalações tradicionais assim foram: Goleiro 01, Lateral Direito 02, Zagueiro Central 03, Quarto Zagueiro 04, Volante 05, Lateral Esquerdo 06, Ponta Direita 07, Meia Direita 08, Centroavante 09, Meia Esquerda 10, e por fim Ponta Esquerda 11. As formações mais comuns eram o 4-1-5, ou mais precisamente 4-1-2-3, foi assim o Santos mágico de Pelé e companhia até o nosso Tricolor na década de 80.

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Edivaldo

Diversas variações ocorreram nas formações táticas das equipes, tais como a criação do Líbero que atuava como um 3º zagueiro que tinha como função sair ao jogo, e a opção dos esquemas 3-5-2, e ao hoje mais utilizado 4-4-2. Assim nestas duas formações o ataque passou a contar com 2 atacantes ao invés de uma linha formada por 2 meias, 2 pontas e 1 centroavante.

O São Paulo Futebol Clube em toda sua história contou com diversos craques que atuaram nesta posição entre os quais podemos destacar:

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    • Teixeirinha: jogou de 1939 a 1956, atingindo um total de 516 jogos e marcou 183 gols, sendo o 3º maior artilheiro da história Tricolor. Foi campeão Paulista em 1943, 1943, 1946, 1948, 1949 e 1953.
    • Canhoteiro: jogou de 1953 a 1963, um total de 415 jogos e marcou 105 gols, um dos maiores jogadores na posição, Pelé o tinha como ídolo.

 

  • Zé Sergio: habilidoso, um verdadeiro craque foi levado ao Morumbi por seu primo Rivelino, jogando no São Paulo de 1976 a 1984, fundamental na conquista do título Brasileiro de 1977. Em 1980 foi fundamental na conquista do Título Paulista e chegou a ser eleito o melhor jogador brasileiro daquele ano.

 

  • Sidney: Prata da casa, revelação Tricolor, chegou ao profissional em 1984, e participou dos campanhas vitoriosas do Paulista de 85 e Brasileiro de 86, era rápido e muito habilidoso, fez parte da equipe apelidada de “Menudos do Morumbi”. Jogou 196 jogos e marcou 17 gols alguns decisivos.
  • Edivaldo: revelado pelo Taquaritinga (SP) foi para o Atlético Mineiro onde chegou a Seleção de 1986, e depois veio para o São Paulo jogou 123 jogos marcando 26 gols, foi um dos meus ídolos pela posição e época, logo escrevo uma coluna para ele.
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Sidney

Pela grandiosidade da história Tricolor temos outros craques, mas entro em uma curiosidade quem foi o técnico que mudou o esquema de jogo do São Paulo e acabou com esta posição em nosso clube? Nada mais, nada menos que o Mestre Telê Santana.

Ponta direita de ofício, quando jogador Telê Santana tinha como principal característica voltar para ajudar a marcação e procurar sempre roubar a bola para passar rápido ao ataque, foi assim que se destacou no Fluminense de 1951 a 1960. Quando técnico de nosso Tricolor para surpreender os adversários passou a contar com laterais que apoiavam muito e em muitos jogos pareciam mais pontas dos que laterais, caso de Cafu que na final do Paulista de 1992 contra o Palmeiras jogou fixo no ataque a direita, e Muller sempre um Ponta Direita trocou de lado na Libertadores e Mundial.

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Teixeirinha
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Zé Sérgio

Para Telê Santana as posições de origem e o esquema tradicional formado por zagueiros, laterais, apenas um volante, meias, pontas e centroavante era pouco, todos sabiam como a equipe se comportava então passou a elaborar esquemas para cada adversário e assim o Ponta Esquerda de ofício entrou em desuso.

Atualmente alguns grandes jogadores atuam pela esquerda, e muitos os consideram pontas, porém esta posição no futebol moderno entrou em desuso e faz parte da evolução do esporte que deve ser contínua.

Como canhoto e ponta esquerda quando jogava lamento o fim da posição, mas sou muito grato ao Mestre Telê por nossas vitórias, glórias e tornar o São Paulo Futebol Clube em seu comando o maior e mais temido time do Mundo.

Gustavo Flemming, 39 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.

Contato: [email protected]

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição dos proprietários da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

 

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