Ele simplesmente foi o mais vitorioso de todos os treinadores, o mais amado, idolatrado, tem seu nome cantado até hoje pela apaixonada torcida Tricolor, foi muitas vezes contestado, mas é nosso maior Mestre…
O São Paulo Futebol Clube teve ao comando do time técnicos incontestáveis como Vicente Feola, Rubens Minelli, o descobridor de talentos Cilinho, o grande campeão de Brasileirões Muricy Ramalho e muitos outros que vamos contando as histórias nesta coluna, mas nenhum treinador se compara a ele: Telê Santana.
Em 1973 Telê chegou ao São Paulo como um vitorioso, ex-jogador de futebol com grande identificação ao Fluminense seu time do coração, onde jogou de 1951 a 1960, Telê era um habilidoso ponta direita e ostentava o apelido de “Fio de Esperança” por duas marcantes características: era muito franzino e tanto elenco como torcida depositava nele a esperança de gols, jogadas ou passes majestosos.
Ao iniciar a carreira de treinador Telê logo foi campeão pelo Fluminense, e em 1970 foi contratado pelo Atlético Mineiro aonde chegou conquistando o estadual desse ano e em 1971 marcou seu nome no Campeonato Brasileiro como o 1º treinador a vencê-lo. Devemos destacar que foi em 1971 que foi realizado o 1º Campeonato Brasileiro como Campeonato Nacional de Clubes.
Em 1973 chegou ao São Paulo, era então sua 1ª passagem por terras paulistas e Telê chegava ao seu 3º grande clube como treinador e era esperança de conquistas, porém ficou somente até julho após atritos com os ídolos Paraná e Toninho Guerreiro irritando torcida e diretoria.
Em 1982, Telê Santana foi o grande comandante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, e com os melhores jogadores do país encantou o Mundo, porém a derrota para a Itália na semifinal frustrou o país. A Seleção de Telê é considerada até hoje como a melhor das seleções e muito comparada à vitoriosa Seleção de 70.
Para a Copa do Mundo de 1986, em 17 de janeiro o presidente da CBF anunciou Telê Santana, era a 2ª oportunidade para Telê conquistar o mundo. Diferente de 82, nesta Copa Telê procurou jogadores experientes, e muita rigidez do elenco, tanto que cortou jogadores por chegar tarde a concentração, Telê virara um disciplinador, e a Seleção chegou as quartas de finais contra a França de forma invicta e sem tomar gols, empate em 1 x 1 e disputa nos pênaltis. No jogo normal Zico teve a grande chance, mas perdeu pênalti, e nas cobranças Sócrates e Júlio César perderam, um dos batedores da França chutou na trave, porém a bola bateu nas costas do goleiro Carlos e entrou, Brasil desclassificado, Telê Santana se tornou “pé-frio”.
Telê Santana chegou ao São Paulo em 1990, o Tricolor tinha feito um pífio Campeonato Paulista, ficando apenas em 15º lugar, o início foi difícil muitos tropeços no Brasileiro, mas o time reagiu e chegou a final, sendo derrotado. No ano seguinte o Brasileiro foi disputado no 1º semestre, e após 2 derrotas em finais o São Paulo foi Campeão, era o 1º título de Telê pelo São Paulo. No 2º semestre pelo Campeonato Paulista mais uma conquista.
Assim, ao acertar o time no Brasileiro de 1991, Telê Santana montou uma máquina de ganhar títulos, torneios e tudo que viesse pela frente, o São Paulo encantava por onde passava e tanto em 1992 como em 1993 o Mundo teve três cores, o Mundo foi Tricolor. Nunca na história do futebol brasileiro um treinador foi tantas vezes campeão, nunca torcida, elenco, diretoria estiveram tão alinhadas a um treinador e Telê Santana reinou absoluto no comando do São Paulo. Virou símbolo da época de vitórias do amado Tricolor.
No São Paulo o “pé-frio” Telê Santana deu lugar ao Mestre Telê e a torcida passou a evocá-lo em todos os jogos, em todas as vitórias e principalmente em todas as conquistas “Ê Ê Telê, Telê, Ê Ê, Telê, Telê” e qual torcedor São Paulino não se emociona ao ouvir a cantar Telê!!!
Até 1995 Telê comandou o São Paulo conquistando boas colocações e alguns torneios, era o treinador para 1996, porém em janeiro sofreu uma isquemia cerebral e teve que abandonar o futebol. Durante todo o período em que treinou o São Paulo Mestre Telê morou no Centro de Treinamento da Barra Funda, porém com a doença era necessário regressar a Minas Gerais e estar perto de sua família.
A doença debilitou muito o Mestre, surgiram diversos problemas principalmente na fala e locomoção, mesmo assim em 1997, Telê chegou a ser apresentado como técnico do Palmeiras, mas não passou da entrevista a apresentação que marcou muito a todos que assistiram. O homem dedicado ao futebol, detalhista, disciplinador, estudioso, um verdadeiro guerreiro já não era capaz de trabalhar.
Então Telê se isolou junto a sua família, de vez em quando uma entrevista, uma reportagem. Em dezembro de 2003, Telê Santana precisou realizar duas cirurgias para desobstruir o canal urinário e melhorar a circulação na perna esquerda, as cirurgias ocorreram bem, porém o Mestreapresentou um quadro de isquemia no pé esquerdo por falta de vascularização e teve que amputar a perna abaixo do joelho.
Em março de 2006 uma infecção intestinal levou Telê Santana a uma nova internação, e quase um mês depois desta internação, em uma manhã de 21 de abril o Brasil acordou triste, logo pela manhã o Mestre falecera aos 74 anos.
Telê Santana, o “Fio de Esperança” ícone no Fluminense, técnico que mais dirigiu o Atlético Mineiro, e principalmente o maior vencedor de títulos pelo São Paulo, clube em que chegou como “pé-frio” e saiu como Mestre nos deixou em uma sexta-feira 21 de abril de 2006.
Por sua grandeza e obra como jogador, treinador e principalmente homem que foi Telê Santana é merecedor não apenas desta edição da Coluna Memórias Tricolor, mas muitas e muitas que logo virão.
Salve Telê Santana, Salve o Tricolor Paulista, São Paulo Futebol Clube, o Mais Querido.
Gustavo Flemming, 40 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.
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Depois dele nunca mais ganhamos nada, a continuar com o Leco e a corja de incompetentes, jamais ganharemos, mas sim vexames, fiascos e prejuízos com contratações bizarras, Diego Bosta, Maicosonso, Edmar, Bruno, Jean goleiro reserva de 10 milhões, etc.
Time de amarelentos, vermes não ganha de ninguém.