Nos últimos dias o país viveu dias diferentes, com a paralisação dos caminhoneiros por todo o país, em meio a tudo que ocorreu muitos tentaram “levar vantagem” e proveito próprio, a chamada “Lei de Gérson”…
Em 1976 a agência Caio Domingues & Associados atendia a fabricante de cigarros americana J. Reynolds e para divulgar a marca Vila Rica a agência criou uma propaganda em que destacava as diferenças dos cigarros Vila Rica apresentando as vantagens dele em relação aos demais cigarros do mercado.
Para estrelar o comercial a agência procurou e contratou o ex-jogador Gérson de Oliveira Nunes que era ídolo nacional e tinha sua imagem muito atrelada aos seus antigos times e a Seleção Brasileira, Gérson disputou a venceu com a Seleção a Copa de 1970.
No comercial, Gérson era entrevistado por um ator que se fazia de repórter, e após apresentar “Canhotinha de Ouro” como o cérebro do time campeão do mundo em 1970 perguntava ao craque: “você que sempre fumou, Por Que Vila Rica?”.
E Gérson com um maço na não e fumando oferece ao entrevistador o cigarro e diz: “É difícil dizer porque se gosta de um bom cigarro…” fala as qualidades dos cigarros Vila Rica e finaliza dizendo que gosta de levar vantagem em tudo, e convida o publico a levar vantagem também fumando os cigarros Vila Rica.
O sucesso do comercial foi enorme, os cigarros Vila Rica chegaram à vice-liderança de mercado e Gérson que já era famoso se tornou ainda mais, porém de uma forma pejorativa, pois as pessoas começaram a falar em levar vantagem, em passar os outros para trás e usar a expressão Lei de Gérson.
Houve ainda um segundo comercial em que no vídeo havia uma frase “Levar vantagem não é passar ninguém para trás, mas chegar a frente”, porém esse comercial não “pegou” como o primeiro e desde então o povo brasileiro entende como Lei de Gérson, o tirar vantagem, o enganar os outros.
Gérson nasceu em Niterói no Rio de Janeiro em 11 de janeiro de 1941, começou em um time da cidade chamado Canto do Rio e logo foi para o Flamengo onde se profissionalizou. Em 1963 foi para o Botafogo, o time que mais defendeu, e jogou ao lado dos inesquecíveis Garrincha, Jairzinho, Roberto Miranda, Paulo César e Manga.
Em julho de 1969 o São Paulo foi atrás do craque, Gérson estava com 29 anos e já era considerado um veterano, mas a diretoria Tricolor entendia que precisava de um grande jogador para completar o time e ajudar a equipe e superar a ausência de títulos, era a época da construção do Gigante Morumbi e o São Paulo não faturava um título desde 1958.
No São Paulo, Gérson foi Bicampeão Paulista em 1970 e 71, e se tornou ídolo da Torcida Tricolor. Foram duelos inesquecíveis principalmente contra Rivelino e Pelé, e o Tricolor voltou a ser respeitado e temido. Sua maior característica os precisos passes e longos lançamentos foram fundamentais para as conquistas.
Em 1970 com a Seleção Brasileira, Gérson representou o São Paulo e conquistou o inédito Tricampeonato Mundial, a habilidade e precisão do “Canhotinha de Ouro” foi fundamental para o triunfo do Brasil.
Próximo ao final de sua carreira em 1972, Gérson retornou a Rio de Janeiro para defender seu clube do Coração, o Fluminense. Pelo time das laranjeiras foi campeão carioca em 1973 e pendurou as chuteiras em 1974.
Gérson foi campeão em todas as equipes que defendeu, e na década de 90 passou a atuar como comentarista esportivo, atividades que exerce até hoje em TV e Rádios cariocas.
Gérson foi um grande craque que desfilou sua qualidade pelo São Paulo Futebol Clube, honrando as cores do Clube, e assim a Coluna Memórias Tricolor deseja a todos que possamos adotar a Lei de Gérson da forma pensada pela agência e merecida pelo craque, a trazer vantagens e melhorias e não de forma a prejudicar outras pessoas como é tão comum em nosso país.
Gustavo Flemming, 40 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.
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