Além das 4 linhas – Ganhar e perder

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Eu não me sinto melhor em acertar nas análises e previsões que faço sobre o momento do tricolor, apenas penso que estou entendendo o que está acontecendo no clube e as consequências disso tudo dentro de campo.

Quando comecei a pensar em como seria 2023 para o tricolor, imaginei o mesmo cenário do ano passado, ou seja, alguma chance na Sula, onde os melhores não estão, já que o SPFC não está na primeira prateleira do futebol brasileiro e sul-americano. Quando 2022 acabou falei aos mais próximos que o SPFC não tinha chance no paulista por estar um nível abaixo de Corinthians e Palmeiras, principalmente em relação ao Corinthians que terminou o ano, e ao Palmeiras que conhecemos. A nossa diretoria promete time competitivo, não promete time campeão, e isso está acontecendo.

Disse ao meu irmão no fim do ano, antes da decisão da Sula, que se tivesse dinheiro em caixa e fosse o presidente do SPFC, eu faria do time titular o time reserva e contrataria 11 titulares. Os reservas eu deixaria sair. O clube fez quase isso, mas contratou o que um clube sem dinheiro pode contratar. O Luiz Araújo está no mercado procurando clube para jogar. O SPFC pode o contratar? Segundo informações ele está mais perto do Palmeiras. Pedrinho veio para o tricolor, numa clara demonstração de que, competir com alguns, no momento, é impossível. Vai demorar alguns anos para o SPFC voltar a estar entre os melhores, isso está claro e não adianta ficar chateado a cada derrota. Eu não sei dizer se o clube ficará entre os 6 melhores do BR23, por exemplo. Este é o lugar na fila do pão que o clube ocupa, pois Palmeiras, Corinthians, Atletico, Athletico, Flamengo, Fluminense e Grêmio deverão estar mais fortes do que o mais querido. A briga poderá ser contra Inter, Fortaleza, Cruzeiro e outros pelo G8.

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Algum problema novo nisso? Em minha opinião nenhum, já que sei disso faz tempo, mais de 10 anos precisamente. Torcer sem abrir os olhos é ruim. Diz uma frase de uma música que quando a fé é cega, a faca é amolada. Ver a realidade é o remédio para tudo que vivemos, pois só assim podemos tomar as devidas medidas para mudar e/ou evoluir. Parece que isso faz a atual diretoria, segundo o discurso de RC e Muricy. Existiam duas maneiras de administrar o clube, uma seria meter o pé no acelerador e dane-se a dívida e o futuro. A segunda maneira é mais inteligente, ou seja, paguemos as dívidas, modernizemos e profissionalizemos o clube e o preparemos para tempos melhores. Para isso é necessário capacidade e paciência. Espero que estejam nesta segunda direção.

Minha paciência com o futebol é grande, o esporte não afeta minha vida, já que o vejo da melhor maneira, segundo meus princípios de vida, ou seja, o futebol é um entretenimento. Para quem vive do futebol, estar no SPFC pode não ser o melhor lugar do momento. Mas para quem usa o futebol como diversão, ainda está valendo a pena.

Mas vou ser sincero com vocês: Neste domingo eu estava na casa de um amigo numa praia muito bonita e estava um sol legal. O mar estava transparente e o papo animado, regado a muita cerveja gelada. Eu não tive a menor vontade de sair da praia, deixar aquele ambiente maravilhoso e saudável, para procurar um lugar com TV para acompanhar a partida. Coisa parecida aconteceu na estreia contra o Ituano no Morumbi, quando o papo antes do jogo estava uma delícia na barraca em frente ao portão 5 do estádio. A partida foi chata. Logo que terminou, como de costume, voltei para a barraca para mais uma cerveja e uma resenha legal. Conclusão: A resenha de antes e depois foram muito mais gostosas do que o jogo. Se a diversão está boa, não saio para assistir um jogo de futebol do SPFC mais, já que nem sempre o tricolor oferece diversão. Dos outros clubes nem pensar. Futebol é só um pedaço da pizza da vida.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes