Além das 4 linhas – A diferença

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Pensando em nosso querido tricolor e suas agruras infindáveis dos últimos anos, só consigo ver as falhas enormes administrativas que fizeram o clube perder poder de investimento em bom elenco, treinador, estrutura e etc. Para mim tudo é consequência disso, de trabalhos ruins. Eu nem fico mais dizendo ou pesando que tal jogador fez isso, que o juiz fez aquilo, que o treinador é assim ou assado. Tudo é uma questão de capacidade administrativa e financeira, ou melhor dizendo, tudo é consequência de gente de pequena ou nenhuma capacidade.  

Quando analiso mais a fundo o time e os adversários médios e pequenos vejo pouca diferença em relação ao nosso time, ou melhor, o nosso mais querido não tem jogador que decide, o famoso “diferente” nas palavras do ótimo Muricy Ramalho. Vários jogadores do atual plantel poderiam estar jogando no RBB, no Água Santa, no América mineiro e etc. Nosso time é nota 5,5. Os pequenos adversários do paulista eram nota 4,5. Via de regra um time cria cada vez menos chances de gol numa partida, fruto do pequeno gramado que hoje é utilizado, e sem aquele “cara” que decide fica complicado, e não joga no SPFC por ser caro. Flamengo e Palmeiras são times 6,5, mas a diferença salarial é grande nesta troca de patamar, assim como do 4,5 para o 5,5. Um time 4,5 pode vencer um time 5,5, mas raramente vencerá o 6,5, já que este time tem um ou mais caras que fazem a diferença como Scarpa, Dudu, Veiga, Weverson, Gabi Gol, Pedro, Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e mais alguns.

Um bom treinador arruma um time e estes caras diferentes decidem os jogos. Foi assim em todos os títulos importantes deste clube maravilhoso, o nosso famoso 6.3.3. Em cada um destes 12 títulos,haviam jogadores diferentes e treinadores que arrumavam times. Posso citar vários de cada time na verdade, mas penso que vocês sabem tão bem quanto eu sei, e lembro com imensa saudade. Sou um torcedor privilegiado do tricolor, pois pude ver em campo ou na TV e ao vivo todas estas 12 maravilhosas conquistas, todas foram na minha geração como torcedor.

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O SPFC era um time inferior ao Liverpool em 2005, mas tinha um time bom, jogadores que decidiam e um treinador que arrumou a casa ao ponto de tudo funcionar, ou seja, um time nota 7 venceu o time 7,5.

Como torcedor que escreve esta pequena e simples reflexão semanal aqui no SPNet, torço para que o clube passe a ser uma empresa profissional de futebol assim que for possível. Continuar como um clube social que tem um time de futebol é coisa do passado, pois o esporte hoje é caro e pede administração profissional sem interferência amadora de gente que muitas vezes pensa em si e não no SPFC.

Podem apostar no que escrevo faz tempo aqui: Só haverão novas e grandes conquistas quando a estrutura do SPFC for de cabo a rabo profissional. Matérias recentes dos veículos esportivos dizem que o trabalho de equacionar as dívidas está sendo feito, tomara, assim voltaremos a ser o tricolor com bom time e com chances de vitórias. Hoje nosso papel é levar dinheiro ao clube para este resolver seus problemas.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes