Realidade

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Gosto muito de ver jogos do SPFC, de outros clubes raramente vejo. O futebol é um esporte muito bonito e apaixonante, mas nunca fui cego ou fanático por nada na vida. Sempre tive e mantive o olhar crítico sobre todas as coisas, inclusive pessoas, as mais importantes “coisas” da vida.

Isso posto, vejo com serenidade a realidade do SPFC e chego facilmente à conclusão dos erros e acertos. Um senso de percepção grande me diz sempre quando a coisa não está indo bem e logo procuro entender se o time tem ou não chance de prosperar nas disputas. Isso acontece meio automático em mim desde sempre. Se o time é fraco, se o esquema deixa o adversário jogar e chegar ao nosso gol facilmente eu fico pensando se vale ou não vale a pena torcer e me desgastar por time ruim. Eu não sei torcer por aquilo que não acredito, meu racional me comanda rapidamente, e o meu emocional perde a disputa em instantes.

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Desde que vi o time do Carpini jogar eu já percebi as várias fraquezas, está claro. Assim como percebi as fortalezas logo após a chegada do Dorival e saída do Rogério, a diferença grande foi sentida rapidamente. Em seguida a esta percepção, minhas leituras de gente que entende de futebol completam meu entendimento do que vejo.

Nesta semana, vendo uma análise rápida sobre a facilidade que tem os adversários contra o SPFC do Carpini e juntando isso às análises de experts sobre a forma como nosso mais querido atua fechei o raciocínio atual. Vejam bem, o melhor time da séria A no quesito chutes a gol por parte do adversário é o Flamengo do Tite, que sofre um gol a cada 99 finalizações do adversário. O pior time da série A é o nosso cambaleante e decadente tricolor, que sofre um gol a cada 9 finalizações. E como finalizam…

Junto isso ao já conhecido comentário de que quando Dorival chegou, ele alterou o sistema para colocar mais gente no meio de campo, o lugar onde se ganha os jogos. Também trocou alguns nomes para fortalecer a marcação e ao mesmo tempo melhorar a dinâmica, Alisson foi o símbolo disso. Mas Pablo virou um monstro e Nestor o melhor da copa do Brasil conquistada. Nestor que marca e joga, fazendo gols e dando assistência.

O que fez Carpini? Mudou de novo o sistema e tirou gente do meio de campo, colocando mais atletas no ataque. Consequência natural foi perder o meio, deixar a defesa exposta, criar menos, perder jogos e campeonato. Será que ele fez do Paulista um laboratório para provar a si e a nós que Lucas, Calleri e Ferreirinha não podem jogar juntos sem 3 volantes atrás deles? Isso quer dizer que Rato e Luciano serão guardados para todo segundo tempo, certo? Em James não penso. Carpini poderia ter armado um time mais sólido mesmo com as ausências de alguns, pois Michel pode fazer boa função no meio. Bobadilla também pode ajudar no meio e atuar como segundo volante, formando com Pablo, Alisson e Lucas um losango, dando proteção e saída de bola. E Luiz Gustavo e Galoppo? Foi opção do treinador o esquema frágil. Agora temos 15 dias de intertemporada e a expectativa é ver o que fará nosso iniciante treinador.

Elenco tem, como não havia desde a Sula de 2002. Aguardemos.

Salve o tricolor paulista, dentre os grandes, és o primeiro.

Carlito Sampaio Góes