Memórias Tricolor – Juninho Paulista

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Baixinho, ousado, habilidoso e multi campeão, não há torcedor que não se renda a simpatia de Juninho ou Juninho Paulista

Nascido em 22 de fevereiro de 1973, Osvaldo Giroldo Júnior despontou nas divisões de base do Ituano da cidade de Itu interior de São Paulo, quando criança jogava futebol de salão no Juventus da Mooca, o que lhe rendeu grande habilidade para dribles curtos e certeiros. Em 1993 disputou o Campeonato Paulista pelo Ituano e chamou a atenção do Mestre Telê Santana, que pediu sua contratação.

Telê Santana já possuía um status no São Paulo que seus pedidos eram verdadeiras ordens para a diretoria Tricolor e Juninho foi contratado. Foi no São Paulo que ocorreu o início de seu estrelado. Para os campeonatos de 1993, era reserva, porém não um reserva qualquer, mas o grande talismã de Telê, pois entrava em quase todos os jogos, ora para consolidar as vitórias, ora para desestabilizar os adversários e levar o São Paulo a vitória.

Com seus dribles certeiros era um verdadeiro incendiário dos jogos, pegava a bola e partia para cima das defesas adversárias e fazia fila, era o terror das outras torcidas, e com isso virou o xodó da Torcida Tricolor.

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Aos poucos foi conquistando mais e mais espaço e brilhou na conquista da Supercopa Libertadores de 1993 na partida final contra o Flamengo, e no jogo mais importante do ano contra o Milan em Tóquio entrou no lugar de Palhinha no segundo tempo.

Entre 1993 e 1994 o São Paulo chegou a disputar um jogo a cada dois dias e então foi necessário montar um 2º time que ficou conhecido por “Expressinho” e era dirigido por Muricy Ramalho. Juninho reserva de luxo no elenco principal, era titular absoluto e maestro no “Expressinho”.

Em 1994 o São Paulo era o time a ser batido Bicampeão da Libertadores da América, disputaria mais e mais torneios, no 2º semestre veio a Supercopa Libertadores e fatos que só acontecem no calendário sul-americano e brasileiro, dois jogos oficiais marcados para o mesmo dia.

16 de novembro de 1994, Estádio do Morumbi às 20h São Paulo x Sporting Cristal pela Copa Conmebol, e às 22h São Paulo x Grêmio. Aos 20 anos, Juninho era importante para as duas partidas, e assim ficou no banco no início de ambas. O 1º jogo estava difícil então Muricy precisou de Juninho que entrou e como sempre incendiou o jogo e deixou sua marca nas redes, São Paulo 3 x 1 Sporting Cristal. Ao término da primeira partida, Juninho correu para o vestiário, tomou banho, vestiu uniforme e subiu para o gramado com a equipe principal. Ficou no banco no 1º tempo, e entrou no jogo durante o 2º jogo. Nova vitória por 3 a 1. O São Paulo se tornou o primeiro Clube na história a disputar dois torneios oficiais no mesmo dia, e Juninho o único jogador a participar de ambas as partidas, uma marca difícil a ser superada.

Em 1995, Juninho se destacou em amistoso da Seleção Brasileira contra a Inglaterra no lendário Estádio Wembley, chamou a atenção dos diretores do clube inglês Middlesbrough que não pouparam esforços para levá-lo para a Inglaterra, onde Juninho disputou duas temporadas e seguiu para o Atlético de Madrid.

Na Espanha o início foi excelente, porém logo um carrinho de Michel Salgado rendeu uma perna quebrada e assim veio o afastamento, ficou de fora da Copa de 98 e retornou para a Inglaterra.

Em 2000, Juninho foi emprestado para o Vasco da Gama, e ao chegar em São Januário outro Juninho tinha destaque, então para não ter dois jogadores com o mesmo nome, nosso craque virou Juninho Paulista e o outro adotou a alcunha de Juninho Pernambucano.

Pelo Vasco da Gama jogou ao lado de Romário, Viola, Euller e Juninho Pernambucano, conquistou a Copa João Havelange e a Copa Mercosul, porém a relação com a diretoria era péssima e logo optou pelo Flamengo clube pelo qual não teve grande fase nesta passagem, mas foi convocado para a Copa de 2002, em que se sagrou Pentacampeão com Felipão.

Após a Copa do Mundo voltou para o Middlesbrough e conquistou a Copa da Liga Inglesa de 2004, o maior título da história do Clube. Foi jogar no Celtic da Escócia em meados de 2005, em péssima fase se transferiu para o Palmeiras onde recuperou o bom futebol recebendo a Bola de Prata da Revista Placar no Campeonato Brasileiro de 2005.

Em 2007 retornou ao Flamengo, mas logo discutiu com o técnico Ney Franco e a diretoria rescindiu seu contrato. Juninho ficou alguns meses sem clube e foi para o Sydney da Austrália, onde jogou por 8 meses e não teve o contrato renovado.

Ficou um ano afastado do futebol, e em 15 de junho de 2009 assumiu administrativamente o Ituano para a gestão da equipe na série D do Brasileiro e Copa Paulista. Em novembro resolveu que jogaria pelo Ituano em 2010, e jogou o Campeonato Paulista. O Ituano esteve na zona de rebaixamento praticamente todo o campeonato, em 7 de abril o Ituano enfrentou a Portuguesa no Canindé, e só um empate ou a vitória livrava a equipe do rebaixamento. Jogo de vida ou morte, primeiro tempo 2 a 0 para o time da casa e o Ituano foi para o vestiário praticamente rebaixado. Ai que a estrela de Juninho brilhou mais uma vez, no 2º tempo a equipe de Itu virou 3 a 2, sendo que o 1º gol da histórica vitória não foi um gol qualquer, mas um Golaço de Juninho Paulista.

Ituano se manteve na 1ª divisão do Estadual e Juninho se despediu do futebol profissional como jogador. Atualmente empresário, Juninho Paulista possui uma excelente Pizzaria no Bairro do Tatuapé em São Paulo, e é proprietário do seu clube formador, onde atua como gestor.

Sob sua gestão o Clube do interior tem obtidos bons resultados sendo Campeão Paulista em 2014, e agora em 2019 passou para as quartas de finais e enfrenta o São Paulo no domingo 24 e quarta 27.

Multicampeão, Juninho é um dos ídolos do São Paulo Futebol Clube.

Gustavo Flemming, 40 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.

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