Mudanças incompletas na diretoria aumentam pressão sobre Leco

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Uol – Blog do Perrone
 

Mudar a diretoria de futebol do São Paulo deveria ser um bálsamo para Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, mas a receita teve efeitos colaterais e provocou novas dores de cabeça para o presidente são-paulino.

O resultado é que ele está ainda mais pressionado e o time segue vulnerável à troca de tiros entre cartolas. Um dos motivos para isso é a permanência de Gustavo Vieira de Oliveira como executivo do departamento de futebol. Sua cabeça é pedida por membros da diretoria, conselheiros e pelo empresário Abilio Dniz, integrante do Conselho Consultivo. Assim, ainda há um alvo por perto do vestiário tricolor.

Mas existem outras sequelas. Conselheiros que cobravam o afastamento do vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, se queixam de ele ser transferido para a diretoria de relações institucionais. Avaliam que o cartola ainda terá influência na diretoria.

Por outro lado, há descontentamento de membros dos grupos políticos de Ataíde e Rubens Moreno, diretor de futebol, também afastado, por não terem sido consultados sobre as mudanças.

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“Não existe diálogo (por parte da diretoria) com ninguém. Por isso disse que nosso grupo hoje não é situação e nem oposição. Vamos só acompanhar o que a direção está fazendo”, afirmou Harry Massis Júnior, conselheiro do partido Vanguarda, ao qual pertence o diretor de futebol afastado e que formou a base aliada de Leco.

“Não tenho nada contra o Gustavo e o Ataíde, mas a limpeza deveria ser geral. Se saiu o diretor (estatutário), o executivo tinha que sair também. E o Ataíde não deveria ter aceitado outro cargo. Como o Moreno, que recebeu o convite para assumir outro posto e não aceitou. Tem que deixar o presidente dar uma arejada”, completou Massis.

“Ataíde vai continuar com um lugar para poder articular o que quiser no clube, e o Gustavo ficou. Então, não mudou nada”, disse Itagiba Alfredo Francez, influente conselheiro da oposição.

Ele é um dos mais indignados com a situação. “Sou do tempo em que o São Paulo era respeitado, hoje virou uma zona. Tem crise, administrativa, financeira, moral e no futebol”, declarou Francez.

“Como a gestão não é profissional, é amadora, ele (Leco) não demite, só arruma outro cargo”, criticou Newton Ferreira, o Newton do Chapéu, oposicionista e que foi candidato à presidência em disputa com Leco.

O aumento das insatisfações provocado justamente pela tentativa do presidente de conseguir uma trégua, cria um ambiente propício para fortalecer a oposição, o que em tese é sinal de mais chumbo grosso pela frente.

“Resolvi fazer união das oposições. Já tinha decidido isso antes dessas mudanças. Devemos fazer uma reunião na terça-feira. Agora vai ser sem grupinho, não vai ter grupo disso, grupo daquilo, vai acabar tudo. A oposição precisa ser uma só. Fazemos convenções com todas as alas e no final temos um só candidato. É o único jeito”, afirmou Francez. A próxima eleição para presidente do clube será em abril do ano que vem.