Veja por que o São Paulo defende que fez um bom negócio por Maicon

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GloboEsporte.com

Alexandre Lozetti

Clube alega que zagueiro já rendeu dinheiro, e pode render ainda mais, além de valorização e desenvolvimento de jovens, e boas condições de pagamento.

Maicon São Paulo (Foto: Marcello Zambrana / AGIF / Estadão Conteúdo)

Maicon durante treino do São Paulo no CT (Foto: Marcello Zambrana / AGIF / Estadão Conteúdo)

Sucesso (inclusive financeiro) na Libertadores, parcelas de pagamento, valorização de seus jovens no mercado, desenvolvimento do garoto que fica no clube e retorno futuro. Serão esses os pontos utilizados pelo São Paulo para justificar o investimento de R$ 22 milhões, além de 50% do zagueiro Lucão e mais 50% do lateral-esquerdo Inácio, para contratar Maicon do Porto.

ANÁLISE: Maicon não é só um zagueiro

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A diretoria do clube alega ter faturado R$ 18 milhões além do que estava previsto, entre rendas e premiações ao avançar à semifinal da Libertadores. No orçamento de 2016, constava participação até as oitavas de final, fase em que o time havia sido eliminado em 2013 e 2015.

Maicon teve participação fundamental nesse ganho. Além do bom desempenho na fase de grupos, terminou como goleiro diante do The Strongest, depois que Denis foi expulso, e fez, nas quartas de final, o gol da classificação para a semifinal, sobre o Atlético-MG.

O parcelamento de três anos para pagar o Porto por Maicon também deixa o São Paulo confiante em ter retorno financeiro com os dois jovens que vão atuar em Portugal. Lucão era um zagueiro muito conceituado em categorias de base, inclusive da Seleção, mas teve o prestígio afetado pelas más atuações na equipe profissional do Tricolor – subiu há três anos.

Sua ida para a Europa altera seu patamar. Agora, no mercado, ele passa a valer cerca de R$ 25 milhões. Se o Porto conseguir revendê-lo com êxito – algo tradicional no clube –, o São Paulo terá direito a um percentual – a diretoria não especificou o tamanho da parte que ainda lhe caberá, tanto no caso de Lucão quanto no de Inácio.

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Lyanco é outro aspecto que o Tricolor usa para justificar o negócio milionário. A avaliação técnica dirá que sua margem de evolução ao lado de Maicon é muito grande. O zagueiro, que já defendeu as seleções do Brasil e da Sérvia nas categorias de base, é a maior aposta da diretoria, tanto para ser titular num médio prazo, quanto para rechear os cofres futuramente.

Maicon São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)Maicon festeja gol marcado sobre o Atlético-MG pela Taça Libertadores (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Sem Lucão, Lyanco sobe um degrau. Passa a ser o quarto na hierarquia de Edgardo Bauza, que tem em Maicon e Rodrigo Caio seus titulares, e no uruguaio Lugano o reserva imediato.

Por mim, o São Paulo ainda vê possibilidade de recuperar pelo menos parte do investimento em seu “reforço” de 27 anos. Daqui a dois anos – metade do contrato de quatro anos que será assinado por Maicon –, por exemplo, ele terá 29, apto ainda, na visão da diretoria, a uma transferência de alto valor. O fato de ter passaporte europeu e a possibilidade de convocações para a seleção brasileira turbinam essa impressão.

A idolatria da torcida pelo jogador, um aspecto mais abstrato, mas de forte peso na decisão, também será ressaltado. Principalmente num momento em que, por consenso geral, seria difícil encontrar novas lideranças depois da aposentadoria de Rogério Ceni, goleiro e capitão da equipe por décadas, que se retirou no último mês de dezembro.

 

 

 

4 COMENTÁRIOS

  1. Eu acho que foi uma das piores cagadas desses idiotas que estão na diretoria, o Maicon não vale o dinheiro que pagaram ele é um zagueiro normal igual muitos outros que estão por ai, se destacou na zaga Tricolor porque só tem tranqueira: Velhugano, Lucão, Rodrigo Caio, até o Edu Dracena já resolvia.

  2. Saiu caro, mas era um negócio que precisava ser feito. O time carece de zagueiros com nível para serem titulares em campeonato brasileiro e na libertadores, e também de lideranças. Não haviam outras opções no mercado mais baratas para atender a esses requisitos, e que ainda tivessem tanta identificação com o clube, como o Maicon. Além disso, pelo lado do Lucão foi um bom negócio, já que aqui a torcida pegava no pé dele e seria difícil ele se firmar. Jogando numa equipe mais estruturada sem expectativas de ser titular imediatamente, e sem o retrospecto de torcedor já vaiando quando ele entra em campo, ele pode melhorar e ser revendido a valores maiores na Europa, e o SPFC lucraria com isso. Já no caso do Inácio teria sido melhor ficar com ele pelo futuro promissor, mas para conseguir reforçar o time as vezes tem que abrir mão de peças que temos em posições onde não estamos carentes, como a lateral esquerda ( onde inácio seria hoje o terceiro ou quarto reserva).