Prazo de recuperação, balanço do rendimento do São Paulo e nova rotina: falamos com Tiago Volpi

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GloboEsporte

Marcelo Hazan

Goleiro revela previsão para se recuperar completamente da fratura na mão direita e explica como tem sido ficar em casa durante quarentena pelo novo coronavírus.

Tiago Volpi, do São Paulo, projeta tirar a proteção que imobiliza sua mão direita para voltar a treinar em mais quatro semanas (um mês). Ou seja, no fim de abril. O goleiro fraturou o local no dia 11 de março, na vitória por 3 a 0 sobre a LDU, pela Libertadores, no Morumbi.

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Em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, Tiago Volpi explicou como está a recuperação da fratura. O goleiro do São Paulo está em casa, seguindo as recomendações das autoridades de saúde para evitar a propagação da pandemia do novo coronavírus.

– O prazo inicial falado é de seis semanas. Hoje (quinta-feira) estamos completando duas semanas. Machuquei em uma quarta e comecei o tratamento na quinta-feira depois do jogo. Segundo a previsão dos médicos, mais quatro semanas para tirar a imobilização da mão para poder voltar a treinar. – disse Volpi, em entrevista por telefone.

– Acredito que uma semana a mais para fortalecer. Já sinto um pouco de falta de força no braço por estar imóvel o tempo todo. Talvez uma semana a mais de fortalecimento no Reffis, mas o principal é a calcificação do osso – explicou o goleiro.

Tiago Volpi deixa o campo para a entrada de Lucas Perri contra a LDU — Foto: Marcos Ribolli

Na primeira semana após a paralisação do futebol, Tiago Volpi e outros jogadores lesionados do São Paulo estavam autorizados a se recuperar no Reffis. Desde a última segunda-feira, no entanto, os atletas no departamento médico entraram em tratamento domiciliar, sob orientação do clube. Também são os casos de Walce, Rojas e Helinho.

– No meu caso é uma lesão diferente. O tratamento em si é mais para tirar a dor, porque o processo de cicatrização e calcificação do osso é o mesmo no Reffis ou em casa. O que fazia no Reffis era tirar o processo inflamatório para não ter tanta dor, mas não interfere muito nesse prazo. Vai mais de como o organismo responder para calcificar o osso.

Desde que estreou pelo São Paulo, em janeiro de 2019, Tiago Volpi ficou fora de apenas três jogos. Ele foi poupado contra o São Bento (Paulistão), CSA (Brasileirão) e desfalcou o Tricolor no clássico com o Santos (Paulistão deste ano).

Tiago Volpi saiu do Morumbi com uma proteção na mão direita: sofreu fratura no duelo com a LDU — Foto: Marcelo Hazan

Tiago Volpi saiu do Morumbi com uma proteção na mão direita: sofreu fratura no duelo com a LDU — Foto: Marcelo Hazan

Veja abaixo trechos da entrevista exclusiva de Tiago Volpi:

Como tem sido a rotina em casa por causa do coronavírus?
Tiago Volpi: 
– Diferente como tem sido a de todo mundo. Mas ao mesmo tempo aproveitando outras coisas, desfrutando outras coisas que nos faltam tempo durante a temporada, a família e estar mais em casa. Aproveitando de uma maneira diferente.

Como se sente em meio a isso tudo? Tranquilo? Preocupado? Assustado?
– Ficamos preocupados pelo estrago que vimos que causou em outros lugares. Mais do que voltar ao dia a dia normal, queremos que tranquilize o mais rápido possível. Nós estamos em casa, tentando ajudar de alguma forma fazendo o nosso papel para não proliferar mais o vírus. Mas torcendo e orando para essa pandemia terminar o mais rápido possível, para todas as pessoas retornarem às rotinas normais sem preocupação e medo. Mais nesse sentido mesmo, porque sabemos como é difícil para algumas pessoas estar em casa, pela questão de trabalho e sustento da família. Queremos que se resolva o mais rápido, que esse vírus saia o mais rápido possível para a vida voltar ao normal.

Como tem sido o contato com as pessoas próximas? 
– Por WhatsApp. Família a gente procura ligar em chamada de vídeo, até pelos filhos. Os avós querem ver os netos, matar mais a saudade deles. Nem tem tanta saudade nossa (risos). Os amigos conversam por WhatsApp. Antes, até isso era difícil. Conversava pouco, porque você está sempre viajando ou treinando e agora está todo mundo disponível para conversar em casa. De certa forma tenho me comunicado muito com amigos.

Como são os treinamentos em casa para um goleiro?
– Tenho treinado mais a parte funcional, sem muito movimento brusco com a mão. Hoje (quinta-feira) até passei um pouco do ponto no exercício que fiz. O ideal é não fazer salto. Mas interfere pouco, porque estou acostumado a treinar com bola. Mesmo que faça trabalho de força, você sente um pouco de falta. Nesse caso para mim também estaria machucado e não poderia (fazer os movimentos normais). Treinar em casa é diferente. Você tenta adaptar algo, mas não é realmente o ideal. Se for por um tempo não tão longo, a memória muscular fica gravada. Mas se for por muito mais tempo fica difícil de manter a forma física.

Qual balanço faz pessoal e coletivo do São Paulo nesses três meses de 2020?
– O ano de 2020 vem sendo promissor. A temporada começou muito boa para o São Paulo. O lado individual vem acompanhado da equipe. Costumo dizer que uma coisa leva a outra. É bom. A equipe tem jogado bem. Tenho conseguido ajudar quando necessário. Vinha contente pelo momento que vinha vivendo, com o time em ascensão no Paulista e se recuperando com uma boa vitória na Libertadores depois de uma derrota fora de casa. Lógico que dá um “pause” nesse momento em que estávamos vivendo, mas não tenho dúvida que quando os treinos e competições voltarem vamos seguir nesse ritmo, e que 2020, no futebol, possa ser um grande ano para o São Paulo.