Depois de Osório, Calleri e agora Bauza.
Os dois últimos técnicos e os jogadores estrangeiros são paulinos deram um “frescor” ao mal fadado futebol brasileiro.
Venho comentando há tempos nas transmissões da rádio São Paulo Digital que vejo nos estrangeiros mais comprometimento com a história e a camisa do SPFC do que vários brasileiros, tanto em campo como fora dele.
Osório trouxe uma ousadia que há tempos não víamos no SPFC. Bauza já trouxe uma seriedade tática que colocou o time nas semi da Libertadores.
Bauza é um estudioso da bola. Osório foi um estudioso dos times. E os técnicos brasileiros, são especializados em que?
Bauza mesmo sem o respaldo da diretoria nas questões de contratações, já que só foi atendido em suas últimas semanas como técnico do SPFC, fez milagres. Por mais chateados que estávamos com a insistência com Centurion, hoje vemos que ele estava certo. Centurion vem evoluindo a cada jogo, desta vez em sua posição de origem. Antes jogava no sacrifício para ajudar no sistema defensivo. Não conseguia ser efetivo no ataque. Mas foi fundamental no sistema tático do técnico.
Além dos técnicos, os jogadores estrangeiros estão dando aula de profissionalismo. Jonathan Calleri ficou 6 meses e fez mais que muitos que estão ou estavam no elenco há 3 anos. Uma cultura diferente e mais focada em resultados pelo grupo do que no individualismo. Nestas poucas semanas de Cueva, podemos ver nitidamente essa caraterística, jogar pelo grupo. Ainda temos Chaves e Bufarrini para vermos atuando. Mas já sabemos que vão seguir nessa linha de compromisso.
Já na outra ponta dessa corda, temos exemplos emblemáticos como Rogério do Nordeste e Kardec. O primeiro ajudou e foi decisivo nos jogos que classificaram o SPFC para a Libertadores. O segundo, uma lástima desde que chegou, ficando parado meses. Fez alguns bons jogos e depois sucumbiu. Foi vendido para a China e conseguimos recuperar uma boa parte do investimento.
Rogério por sua vez não usou a humildade que mostrou quando foi contratado para tentar se entender com o novo treinador. Não se dedicou ao esquema, não jogou pelo grupo e obvio, pediu para ser emprestado. Diferentemente de Kardec, sabemos que Rogério tem potencial. Mas parece que a soberba pelo fato de ter classificado o time na Libertadores, subiu à cabeça. Eu desejo que ele possa passar esse período sabático e voltar melhor, focado em ajudar o grupo e fazer história com esse manto.
Bauza estava fazendo um trabalho que evoluía pare passo. Estava se adaptando a forma dos clubes brasileiros jogarem e ao calendário maluco que temos aqui. Tirava leite de pedra! Deixa um legado de trabalho importante para a comissão técnica. Eu até diria que deixou “o caminho das pedras” para o próximo técnico. Não sei se Pintado seria ideal agora. Não gostaria de queimar etapas na evolução dele. Mas acredito que daria conta do recado. Mas eu afirmo que um dia Pintado será um baita treinador do SPFC. Só observar como o grupo melhorou com a chegada dele.
A escolha de Bauza é o reflexo do seu compromisso com o futebol e amor ao seu país. Qualquer um de nós faria o mesmo. É a maior honra para um profissional do futebol atuar na seleção do seu país. Ainda mais na Argentina que o futebol é tão forte quanto religião.
E finalizo dizendo que fico triste em não conseguir ver aquilo que se estava desenhando no futuro do SPFC em campo. Vou sentir saudades de ver nosso SPFC jogar com Bauza no comando. Vou sentir até saudade daquilo que ele não conseguiu fazer. E agradeço por ter nos dado uma esperança e por ter voltado ao topo da América estando em 4 lugar na Libertadores.
Ricci Jr. é paulista, músico e produtor musical, jornalista, sócio/diretor da Uehbe Digital Marketing, frequentador de estádios desde 84. Criou em 2011 a web rádio São Paulo Digital credenciada ACEESP e transmite todos os jogos ao vivo nos estádios. Escreve nesse espaço todas as terças-feiras.
ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.