Além das 4 linhas – Novo time

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Fui ao Morumbi ver a estreia do tricolor no ano de 2023. Era o primeiro jogo do ano e eu não esperava um bom futebol, esperava apenas conhecer um pouco do novo time e elenco e ver se RC realmente montaria seu time com mais cuidados na defesa. Foi o que vi, jogando com dois volantes o time pouco permitiu ao Ituano. A dupla de zaga também esteve bem, tirando tudo que chegou, tanto que nosso novo goleiro pouco trabalhou. Se a montagem de um novo time começa pela defesa, foi bom.

Faltam ainda dois titulares para entrar, o zagueiro Alan e o volante Méndez. Também falta o entrosamento, assim como a volta do bom preparo físico e técnico. É cedo para julgamentos. Mas vou dizer uma coisa que penso sobre este time: Faz falta um craque. Assim como falta “aquele” atacante para levar bolas ao Calleri, o matador. Vamos ver se Marcos Paulo, Rato, David e Pedrinho serão estas peças a levar a bola até a área adversária. Concordo com meu amigo Kleber que após o jogo sentenciou: Vamos sofrer com estes laterais, os caras ajudam pouco. Na realidade pouco vi os caras da frente sendo ajudados pelos dois laterais no apoio e nos cruzamentos pela linha de fundo. Talvez isso venha com os treinos.

Sabemos que o SPFC tem o que o dinheiro permite, não tem o que a vontade pede. Aos poucos, com os anos, o clube poderá ir fortalecendo seu plantel e, quem sabe, até trocar o treinador por um grande treinador vitorioso, caso RC não se torne este cara. Eu discordo do grande número de jornalistas que dizem ter o SPFC o time ideal do RC. Isso é exagero de quem quer chamar a atenção. Acho que Ceni gostaria de ter Lucas no lugar do Pedrinho, Arrascaeta no lugar do Luciano, um bom goleiro, dois bons laterais e mais alguma coisa.

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A esperança é, também, assim como a melhora nas finanças, a separação da área social do futebol, coisa importante para trazer profissionalismo para a estrutura organizacional do departamento de futebol. Eu não consigo aceitar um cara que mal sabe dos cuidados que uma piscina necessita metendo seu bedelho numa estrutura de um departamento de futebol gigante. O futebol virou um negócio e todo bom negócio é administrado por uma empresa, por gente especializada, não por associados de um clube social. O atual presidente trabalha com isso na cabeça, ajudado por dois enormes empresários tricolores e brasileiros, o Abílio Diniz e o João Paulo Lemann, dono da Ambev. Este é o nível desejado com todo respeito aos pequenos empresários que participam, como conselheiros, das atividades do SPFC. Em minha opinião tem mais gente incompetente do que competente tentando participar do departamento de futebol. Assim como deve existir muitos que querem apenas fazer parte, para quem sabe, ganhar alguma graninha. Vejo que muitos amam a si, não ao SPFC, como muito bem disse meu amigo Guto, assim como não possuem a humildade para aceitar que pouco podem ajudar.

O David chegou e com isso o elenco vai ficando completo. Talvez seja preciso um bom lateral esquerdo mesmo. Vai ficar para a janela do meio do ano? Pode ser.

Quero terminar esta reflexão falando do meu vizinho no estádio neste último domingo, um cara chato que criticava a todos. Será que podemos pensar que o SPFC não é o Real Madri? O tricolor está tentando sair do buraco e possui um elenco mediano, não possui jogadores de alto nível. O cara tinha voz potente e metia terror nos jogadores. Eu estava vendo outro jogo do que ele, imagino, além de estarmos vendo o primeiro jogo da temporada de um time barato. São estas atitudes radicais que queimaram muitos jovens no tricolor. Será que este tipo de gente coloca no outro a culpa por seus fracassos?

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes