GloboEsporte
Diego Ribeiro
Longe no Brasileirão e em situação difícil na Copa do Brasil, Tricolor leva 3 a 1 do Atlético-GO, sai sob vaias e precisará de virada épica para não deixar Sul-Americana escapar.
Erros individuais, uma atuação coletiva muito ruim e o descompasso entre time e torcida no Serra Dourada colocaram o São Paulo em seu ponto mais crítico na temporada.
A derrota por 3 a 1 para o Atlético-GO, nesta quinta-feira, no jogo de ida das semifinais da Copa Sul-Americana, poderia ter sido bem pior. Mas, diante da semana que o clube viveu, torna-se muito pesada.
Melhores momentos: Atlético-GO 3 x 1 São Paulo pela semifinal da Copa Sul-Americano
Em oito dias, o Tricolor foi praticamente eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo, perdeu em casa para o Fortaleza, pelo Brasileirão, e se agarrou à chance de título na Sul-Americana. Em campo, porém, o time não jogou com a urgência de quem pode ver a temporada terminar zerada.
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Igor Gomes leva cartão vermelho em Atlético-GO x São Paulo: começa aí a queda do time em Goiânia — Foto: EFE/Weimer Carvalho
A escalação inicial teve três zagueiros, com os laterais liberados e Luciano e Calleri juntos no ataque, uma formação que até começou bem e teve dez minutos de algum domínio, com posse de bola e tentativas de chutes de fora da área.
O projeto, porém, começou a ruir cedo: quando Dudu aproveitou os espaços deixados por Reinaldo no lado esquerdo da defesa e encontrou Jorginho livre na área para abrir o placar – no primeiro momento em que os mais de sete mil são-paulinos no Serra Dourada silenciaram.
Apesar desse susto inicial, o Tricolor ainda teve bons momentos pelo lado esquerdo, insistindo em Reinaldo. Foi por esse corredor a única jogada perigosa do São Paulo em 90 minutos: começou em cruzamento de Rodrigo Nestor e terminou na cabeça de Luciano, que fez 1 a 1 jogando “em casa”, diante dos familiares goianos.
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Luciano festeja gol pelo São Paulo: o único momento em que time e torcida estiveram em sintonia — Foto: Staff Images / CONMEBOL
Havia, ainda, um clima estranho no Serra Dourada. No banco de reservas, o técnico Rogério Ceni estava agitado, nervoso, enquanto a torcida voltava a silenciar após minutos de explosão com o gol de empate. Pareciam prever a expulsão boba de Igor Gomes – um meia já pressionado, já “marcado” por muitos são-paulinos e que acabou por gerar uma reação em cadeia que fez o time desandar de vez.
- Começou nas mudanças de Ceni, que lançou Welington e Patrick nas vagas de Reinaldo e Ferraresi, montando duas linhas de quatro;
- Essa opção, porém, deixou Calleri mais isolado no ataque, quase sem receber bolas;
- A situação piorou após a saída de Luciano (e não de Calleri) para a entrada de Marcos Guilherme – a ideia era dar velocidade e explorar contra-ataques deixados pelo Atlético-GO, que, com um a mais, pressionava;
- A pressão bateu no goleiro Jandrei, que falhou mais uma vez, deixou a bola passar após cruzamento rasteiro e viu Shaylon (aquele!) fazer o segundo do Dragão;
- A partir daí, a torcida, já desconfiada, começou a pegar no pé do goleiro, vaiou, e o clima ficou todo a favor do rival;
- Nos minutos finais, Léo Pereira passou sem dificuldades por Diego Costa, até então um dos melhores do São Paulo, e definiu o justo 3 a 1.
O São Paulo aceitou a derrota e pareceu entregue, um time bem diferente daquele que sofreu outro 3 a 1, contra o Flamengo, pela Copa do Brasil. Esse misto de sensações, porém, não adianta muito: quando jogou bem e jogou mal, o resultado foi o mesmo. Duas derrotas e duas classificações em risco.
A temporada que começou com prioridade ao Brasileiro e mudou de direção após o bom desempenho nas copas pode terminar zerada. A sorte do São Paulo, porém, é que haverá um Morumbi lotado à espera do time na próxima quinta-feira na tentativa de uma virada histórica na Sul-Americana.
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