Febre Tricolor – Segunda final

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Após uma vitória conciliadora com a torcida na última rodada, a Vice-Presidência de Marketing do clube esfrega as mãos  e espera contar com um público recorde esse ano, acima dos 60 mil, no duelo contra o River Plate, pela quinta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores 2016. É a segunda final? É momento de decisão? O jogo do ano? Não se trata disso! O Tricolor precisa confirmar o padrão de jogo e brilhantismo demonstrado diante de um rival de peso.

A evolução do sistema de jogo implementada por Edgardo Bauza precisa ser uma constante. Uma equação que traga equilíbrio ao time, que o torne sustentável, que o faça jogar com toque de bola e triangulações para a retomada do caminho dos títulos. Tem que encurtar o espaço entre jogadores, fazê-los dialogar para que apareçam as técnicas individuais. O trabalho deve ser paulatino, sem visar uma única competição. O resultado desse equilíbrio será um diagnóstico que nos trará não apenas uma conquista eventual, mas uma sequência delas.

Vi alguns torcedores dizendo que Edgardo Bauza deveria mostrar o tape de 2005, dos jogos contra o River Plate, para saber como os jogadores devem atuar. Ele não deve mostrar nada disso, porque o time de hoje não tem nada a ver com o daquele ano. Se conseguirmos implementar um padrão de jogo brilhante, como aquele visto diante de um teoricamente frágil adversário, vamos lembrar mais o time de 1992 do que o de 2005. E eu, particularmente, prefiro assim.

Detalhes do “novo” sistema

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Saindo do campo abstrato para os detalhes do jogo, tomando como base a única atuação do time que encheu os olhos, dá pra sustentar que o setor direito ainda está longe de ter a mesma qualidade do setor esquerdo da equipe. A entrada de Kelvin foi uma excelente solução encontrada por Bauza, mas, na prática, deu pra entender muito bem porque ele tentou de todas as maneiras a vinda de Julio Buffarini.

Bauza precisa ter na direita alguém que ataque sem medo de ser feliz, e que defenda como um leão. É o que Eugênio Mena tem feito do lado esquerdo. Buffarini parece ter essas características. Por outro lado, os volantes Húdson e João Schmidt parecem pender mais para jogar na esquerda. É lá que ambos rendem mais. Nesse sentido, o treinador tenta acordar Thiago Mendes, que pode voltar a ser o fator de desequilíbrio do meio campo.

Na pré-temporada, Bauza ainda pedia a contratação do experiente Nestór Ortigoza. Vendo o jogo entre Brasil e Paraguai, notei características muito interessantes como passe de qualidade e organização defensiva. Diante da necessidade do time, o treinador parece ter encontrado uma solução caseira: João Schmidt. Parece. Isso ainda precisa ser confirmado.

Apimentando o duelo:

Edgardo Bauza e Marcelo Gallardo (comandante das equipes para o duelo entre São Paulo e River Plate) tem duas características em comum. São campeões da Copa Libertadores e foram jogadores de sucesso em clubes argentinos.

O setor defensivo do Rosário Central teve a maestria do zagueiro Edgardo Bauza. Nesse duelo diante do poderoso Roma-ITA, marca o primeiro gol:

Já o meio-campo do River Plate contou com o  talento de Marcelo Gallardo. Na derrota de 2×3 contra o São Paulo, no Monumental de Nuñez, o “volante” aparece em dois lances de perigo e esteve prestes a virar o jogo para os locais:

Contato:

@RealVelame ou [email protected]

Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Foi eu quem disse que a comissão técnica precisa mostrar videos do time de 2005 para o atual time do SP:

    http://saopaulofc1.hospedagemdesites.ws/2016/04/rampa-b-o-fator-morumbi/

    Não disse pra mostrar o video como se fosse pra ensinar o sistema tático, como se o time atual tivesse que jogar igual o de 2005.

    Mas disse pra mostrar o video para esses atuais perebas aprenderem a como ter amor a camisa do SP, como os jogadores de 2005 eram dedicados, como eles honravam o SP, como os cara daquela época tinham o comprometimento e não só o compromisso, como era o ambiente de alegria entre os jogadores, como funciona um time sem panela, como era cada um fazendo a sua parte e contribuindo para o todo que é o time.

    Enfim, disse para mostrar os tape de 2005 para mostrar aos jogadores atuais o que é um que colocou o São Paulo FC acima de qualquer coisa. E não mostrar o vídeos pra ensiná-los que devem jogar no mesmo estilo ou tática de 2005.