No histórico recente, o São Paulo não tem se dado bem com jogadores argentinos. Adrián Gonzáles, Cañete e Clemente Rodríguez passaram pelo Morumbi sem deixar saudades. Do atual plantel, Centurión e Calleri chegaram com cartaz de craques, mas ainda não mostraram a que vieram.
Centurión até teve um começo promissor em seus primeiros jogos, mas aos poucos foi decaindo e hoje é um dos nomes mais questionados do grupo. No ano passado passou problemas particulares e chegou a afirmar na imprensa argentina que não estava adaptado ao Tricolor. Com a vinda de Bauza, surgiu uma esperança de que este jogador pudesse render o que se esperava dele, porém suas atuações em 2016 tem sido decepcionantes. E não pode reclamar de falta de oportunidades desde que o treinador argentino chegou. A questão é: vale a pena ter um pouco mais de paciência com Centurión ou já podemos cravar que não é jogador para o São Paulo?
Calleri chegou fazendo gols bonitos e parecia ser o grande nome do São Paulo pelo menos neste primeiro semestre, já que depois deve ir para a Europa, mas foi engolido pela má fase do time. De qualquer forma, é um jogador com indiscutível qualidade, inteligente e que se movimenta bem em campo. Terá nos três jogos que restam da fase de grupos da Libertadores a oportunidade de ser lembrado como um grande jogador que passou pelo São Paulo, mas se o time não se classificar na principal competição continental o nome Calleri soará apenas como mais um argentino que não deixou saudade. Espero que se concretize a primeira hipótese.
Quem tiver interesse em conhecer os detalhes da conquista do primeiro campeonato brasileiro do São Paulo, recomendo o ótimo livro “São Paulo Campeão Brasileiro 1977”, de Alexandre Giesbrecht.
Em 3 de abril de 1994, o São Paulo conquistou o bicampeonato da Recopa Sul-americana ao bater o Botafogo, por 3 a 1, em Kobe, no Japão. Campeão da Libertadores e da Supercopa de 1993, o Tricolor deveria ser campeão da Recopa automaticamente, mas por questões contratuais com patrocinadores a Conmebol convidou o time carioca, campeão da Copa Conmebol, para disputar o título com o São Paulo. Com gols de Leonardo, Guilherme e Euller, o São Paulo garantiu mais um troféu internacional em sua rica história.
O Tricolor de Telê Santana foi bicampeão da Recopa com: Zetti, Vitor, Junior Baiano, Válber e André; Cafu (Axel), Doriva, Palhinha (Juninho) e Leonardo, Euller e Guilherme. Em janeiro de 1995, meses depois daquela partida, um grande terremoto devastou a cidade de Kobe.
https://www.youtube.com/watch?v=r8ahnOZL9xE
Fernando Alécio é jornalista. Fundou a SPNet em 1996. Escreve neste espaço aos domingos.
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Muito boa a recordação. Nessa época tínhamos goleiro, lateral direito, meio campo e ataque.
Mas que goleiraço que Zetti era hein! Pegava muitoooo!
Fantástica decisão desta Recopa, o São Paulo de Leonardo dava alegria de ver.
Zetti fantástico, que goleiraço, podia chutar que o cara pegava, passava segurança à defesa, tinha a melhor saída do gol que eu já vi, ia buscar a bola na entrada da grande área.